Ex-PR ucraniano Yanukovych diz que Poroshenko só vencerá as eleições com fraude

O ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych afirmou hoje que o atual chefe de Estado da Ucrânia, Petro Poroshenko, apenas poderá ser reeleito nas eleições de 31 de março se cometer uma fraude.
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"Poroshenko não pode ganhar sem fraude", disse Yanukovych na sua primeira conferência de imprensa em Moscovo desde que em fevereiro de 2014 se refugiou na Rússia após ser derrubado pela "revolta de Maidan" em Kiev.

Em 24 de janeiro, o ex-presidente ucraniano foi condenado à revelia por um tribunal ucraniano a 13 anos de prisão após ser considerado culpado de "traição à pária", num julgamento que hoje definiu como um "espetáculo" e "representação teatral".

O ex-líder ucraniano acusou Poroshenko de converter a Ucrânia "num foco de guerra e instabilidade" e avisou que o atual chefe de Estado irá utilizar todo o género de recursos para permanecer no poder.

"Estes últimos cinco anos foram as páginas mais negras da história da Ucrânia independente", disse Yanukovych numa referência ao Governo de Poroshenko, que na suas palavras obrigou seis milhões de ucranianos a saírem do país para garantirem um mínimo de condições de vida.

Segundo o ex-presidente, "a guerra [no leste da Ucrânia] ajuda Poroshenko a manter-se no poder".

No entanto, insistiu, "Poroshenko não pode ganhar de forma limpa as eleições, não tem apoio para isso".

Yanukovych apelou aos ucranianos para não cometerem o "erro fatal" de apoiar as atuais autoridades nas eleições, porque significaria "uma catástrofe".

Na sua perspetiva, Poroshenko, com quem fundou o Partido das Regiões que o levou à presidência do país em 2010, não é um estadista, mas um homem de negócios "que olha sobretudo para o seu próprio benefício".

Uma recente sondagem situa Poroshenko em terceiro lugar nas intenções de voto com 14,8%, atrás da ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Timoshenko (19,2%) e do comediante Vladimir Zelenski (21,9%).

O ex-presidente sublinhou que a sentença aplicada pelo tribunal de Kiev o isentou de ter ordenado os disparos contra os manifestantes durante os protestos na praça da Independência e que implicaram a sua demissão.

Nesse sentido, revelou que os seus advogados solicitaram à procuradoria-geral da Ucrânia a abertura de uma investigação para estabelecer a identidade dos autores do disparos.

Segundo Yanukovych, os disparos no centro de Kiev que provocaram mais de 100 mortos foram uma "provocação horrível", pela qual responsabilizou as atuais autoridades da Ucrânia.

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