Ex-mulher de Dutroux libertada após 16 anos de prisão
Os juízes negaram os recursos dos intervenientes civis e dos procurador-geral de Mons, Claude Michaux, que queriam anular a decisão do Tribunal de Execução de Penas (TEP) de Mons que havia autorizado Michelle Martin a abandonar a cadeia e viver num convento. O Supremo considerou o recurso "inadmissível".
A 31 de julho, o TEP havia autorizado Martin, uma antiga professora de 52 anos, a abandonar, sob determinadas condições, a prisão depois de ter cumprido 16 dos 30 anos a que havia sido condenada pelo seu envolvimento nos crimes praticados de Marc Dutroux.
A mulher, que tem estado encarcerada na prisão de Berkendael em Bruxelas, irá viver para um convento das Irmãs Clarissas perto de Namur, no sul da Bélgica. Sem precisar de se juntar à ordem, Michelle deverá viver de forma recolhida.
O anúncio da sua libertação provocou a ira das famílias das jovens vítimas de Marc Dutroux e reacendeu o debate sobre as penas a aplicar aos crimes mais graves.
As dez irmãs que vivem no convento justificaram a sua decisão de receber Michelle, que se tornou muito devota na cadeia, com a tradição da hospitalidade monástica e com o princípio da misericórdia.
Michelle Martin foi detida no verão de 1996, juntamente com Marc Dutroux, de quem se divorciou em 2003.
Dutrox foi condenado a prisão perpétua por sequestro e violação, entre junho de 1995 e agosto de 1996, de seis raparigas, entre os 8 e os 19 anos, bem como pela morte de quatro delas. Michelle foi condenada por ter participado nos sequestros.
Mais de vinte anos depois dos factos, Michelle Martin ainda é considerada "a mulher mais odiada" da Bélgica.