Europac vende fábrica em Tânger e concentra estratégia em Espanha
"O valor da transação foi de 40 milhões de euros, os quais após ajustes do balanço, perfizeram 44 milhões de euros", refere o grupo em comunicado.
Esta operação trouxe um resultado líquido consolidado ao grupo de 10 milhões de euros no exercício de 2017, depois de deduzidos os investimentos realizadas na construção e início da exploração do negócio.
O acordo de compra e venda já teve a aprovação do Conselho da Concorrência, entidade que em Marrocos regula a concorrência.
Atualmente, o grupo Europac aposta em Espanha num "projeto de crescimento" para aumentar a sua quota de mercado, através de "uma política comercial mais sólida e de uma estratégia de integração", salienta no comunicado.
Neste contexto, enquadram-se a aquisição da fábrica de embalagem de Lucena (Córdoba), o projeto de investimento para duplicar a capacidade instalada da fábrica de embalagem de Dueñas (Palencia) e o investimento previsto na fábrica de Alcolea de Cinca (Huesca) para transformar prancha de cartão em embalagem para o cliente final e aumentar a captação de valor e a ampliação da gama de papéis estucados na fábrica de Dueñas.
Na área de gestão de resíduos, a empresa adquiriu recentemente o Transcon, um centro de gestão de resíduos em Valladolid que permitirá à Europac Recicla aumentar a sua oferta de serviços e entrar em setores de atividade em que não estava presente.
José Miguel Isidro, presidente-executivo da Europac, disse que o grupo sempre expressou a "vontade de crescer num mercado prioritário como Espanha, especialmente nas linhas de negócio de embalagem e recuperação de papel".
Em 2016, a faturação da fábrica do grupo Europac em Tânger, que foi inaugurada em fevereiro do ano passado, ascendeu a oito milhões de euros, enquanto o EBITDA (lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) foi negativo em dois milhões de euros.
Para este ano, o grupo esperava que a operação de Marrocos tivesse um efeito marginal no resultado consolidado da Europac.
Atualmente, o grupo Europac entende que o mercado marroquino deixou de ser estratégico devido à dificuldade em aumentar a sua presença com novas instalações industriais por causa do atual crescimento da capacidade instalada e do anúncio de novos projetos no país.
"Por todos estes motivos em também do ponto de vista de criação de valor para os acionistas, a nossa flexibilidade e capacidade de adaptação para estabelecer prioridades no âmbito de uma estratégia global levou-nos a definir como aconselhável a venda da fábrica de Tânger", sublinhou o responsável da Europac.