Europa despede-se do halogéneo. Luz agora é LED
A iluminação está a mudar e a Europa espera que nos próximos anos seja feita à base de lâmpadas LED (Diodo Emissor de Luz). Primeiro fez-nos dizer adeus às lâmpadas foscas e às incandescentes. E a partir de amanhã começamos a despedir-nos das lâmpadas de halogéneo claras e todas as lâmpadas de classe energética C. O objetivo desta diretiva comunitária, que conhece amanhã a sua última fase, é promover uma iluminação mais amiga do ambiente e que acaba por ser mais amiga da carteira do consumidor.
"As lâmpadas de halogéneo têm um desempenho muito idêntico às incandescentes. Elas são muito pouco eficientes", refere Isabel Oliveira, responsável da Deco pelos testes às lâmpadas. No último estudo da Associação de Defesa do Consumidor, feito em novembro do ano passado, ficou provado que usar 11 lâmpadas LED num T1 permite poupar 207 euros, em 20 anos. Isto na comparação já com as lâmpadas fluorescentes compactas, que até aqui eram a escolha aconselhada pela Deco por já serem melhores que as de halogéneo.
Até porque estas últimas têm uma duração de 2000 horas, ou seja, no máximo dois anos, enquanto as LED duram 20 mil horas e algumas já passaram as 25 mil, ou seja, 20 a 25 anos. "As lâmpadas de halogéneo "são baratas na aquisição, mas tinham um impacto significativo na utilização", explica a engenheira da Deco.
Para escolher a melhor lâmpada, a especialista aconselha a olhar para "a quantidade de lúmenes [unidade que mede o fluxo luminoso] por cada watt consumido. As de halogéneo têm uma produção de 11 lúmenes por watt, no máximo, o que de facto é muito baixo. As fluorescentes compactas já produzem 60 lúmenes, ou seja, a produção de luz é muito maior. No caso das LED, que no início tinham um comportamento muito semelhante às compactas, agora já chegam aos 100 lúmenes. Ou seja, é uma relação de quase 1 para dez em halogéneo, mesmo que a lâmpada LED fosse 10 vezes mais cara já competia com o halogéneo".
Do lado de quem vende estes produtos nota-se que as pessoas "gostam mais das lâmpadas antigas. Já quando se acabou com as incandescentes as pessoas falavam que gostavam mais da densidade da luz, eram mais baratas", aponta Hermínia Costa, proprietária da loja Eletrificadora Moderna, em Lisboa. O fim das lâmpadas de classe energética C não vai trazer grandes novidades ao negócio, aumenta até a procura destas relíquias por parte dos decoradores. Enquanto tiver em stock, Hermínia Costa vai vender todas as lâmpadas de halogéneo, mas não tem dúvidas que "as LED são o futuro: têm uma maior duração e menor consumo".
Por isso, Isabel Oliveira sublinha que "os consumidores lucram bastante por haver essa imposição" da união europeia. Até porque o próprio preço destas lâmpadas - cuja tecnologia mereceu um Nobel da Física em 2014 - também tem vindo a cair e já chegou ao nível que se esperava atingir só em 2025.
O único senão é "a qualidade da luz", admite Isabel Oliveira. Mas existem "há alguns truques que se podem usar, a escala da temperatura de cor normalmente aparece no rótulo, a mais amarelada são as de 3000 K ou Kelvin, que são as que se assemelhavam mais ao halogéneo. As de 5500, 6000 kelvin sã uma luz mais branca e associada aos tubos fluorescentes. Dependendo do objetivo pode-se escolher uma luz mais confortável ou mais clara".
A alteração de lâmpadas disponíveis no mercado, começou em 2009 (ver caixa em cima) e termina agora. Esta diretiva comunitária - a EuP, integra o programa de proteção ambiental da União Europeia e, segundo a Quercus, só esta última fase vai permitir 6,6 milhares de milhões de euros em poupanças energéticas.