EUA não querem diplomatas embriagados a negociar

Os Estados Unidos apelaram na segunda-feira à Organização das Nações Unidas para que diplomatas embriagados sejam impedidos de participar nas negociações orçamentais daquela entidade.
Publicado a
Atualizado a

"Fizemos uma proposta modesta para que as salas de negociações sejam no futuro uma zona livre de embriaguez", afirmou o embaixador norte-americano Joseph Torsella, destacado para os assuntos de gestão e reforma da ONU, ao intervir no comité do Orçamento da Assembleia-Geral (AG) da Organização.

A entidade da AG que trata de assuntos orçamentais, o quinto comité, realiza todos os anos maratonas negociais, em dezembro, sobre as despesas e as contribuições de cada país.

Estas negociações prolongam-se, com frequência, pela noite, durante vários dias, num esforço que visa conseguir uma votação antes dos festejos de Ano Novo.

Alguns representantes aparecem nas negociações "completamente bêbados", disse um diplomata, falando sob anonimato, acrescentando que suspeitava que em alguns casos essa era uma forma de protelar as negociações.

"Em uma ocasião, a pessoa que devia gravar a sessão estava tão intoxicada que teve de ser substituída", disse outro diplomata, também sob anonimato.

"Apesar de o meu Governo estar verdadeiramente grato pelas oportunidades estratégicas apresentadas por algumas práticas recentes, vamos guardar o champanhe para celebrar o fim bem-sucedido da sessão e fazer entretanto alguma coisa pela reputação do quinto comité", afirmou Torsella, durante a reunião.

Na atual noite de negociações são esperadas mais noites de discussão, com muitas delegações ansiosas para que terminem antes do início das férias da Páscoa.

De forma sóbria, Torsella apelou a mais disciplina dos seus colegas e ao fim das tentativas de bloquear os acordos faltando às negociações.

Torsella avisou que "se os negociadores chegarem atrasados às reuniões à noite e aos fins de semana, ou se recusarem simplesmente a reunir sobre um determinado assunto para atrasar o relógio, tem de se concluir que não partilham o compromisso de negociar em boa fé, e iremos responder em consonância".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt