Eu juro que só olhei para o decote dela

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- E então, gostaste das mamas da Rita?

- As mamas da Rita? Sei lá. Nem reparei.

- Ah, pois, não reparaste. Estavas com um problema nos olhos. Podes dizer, eu não fico chateada. Gostaste ou não? Eu acho-as um pouco grandes, mas até estão bonitas. Empinadas. Rijinhas.

- Já te disse que não prestei atenção a isso. Sei lá se tem as mamas rijas ou não.

- Sei eu, que as toquei. E a Sandra também tocou. Eu queria tocar naquilo.

- Eu só vi que ela estava com um decote, mas não estive cá a olhar para as mamas da rapariga.

- Ah, viste-lhe o decote, mas não reparaste no que estava de cada lado do decote. Aliás, aquilo não era um decote. Aquilo era uma cratera que ela tinha ali em forma de vestido. Ou então o vestido encolheu. Ou era o tamanho abaixo. Dois tamanhos abaixo.

- Que exagero. Também não era assim tão grande.

- Vá, não sejas tolo. E não me faças de tola. Mas julgas que eu não te vi a micar as mamas dela? Era isso que ela queria.

- Sim, a Rita queria que eu lhe olhasse para as mamas e por isso levou um decote. Certo.

- Não era para tu lhe olhares para as mamas. Era para vocês lhe olharem para as mamas. Vocês todos. Todos com cara de ressabiados. Irra, não podia ser mais previsível. Quando a vi entrar topei logo. E para não variar, foi a última a chegar. Para ter a certeza que já lá estava toda a gente, para admirarem as grandes mamas novas.

- As mamas são novas?

- São novas, são. Não te faças de desentendido. Ela falou disso. Estava à espera de deixar de dar de mamar para fazer a operação e pôr implantes.

- Isso faz diferença?

- Mas tu vives em que mundo? Não sabes que sim, que faz diferença? E não é só por causa do leite do bebé. Experimenta ter duas crianças de seguida a chuparem-te os mamilos com violência durante dois ou três anos, para veres o que é bom para a tosse. Por isso é que só fez a operação agora.

- Não prestei atenção. Devia estar a falar com alguém.

- Mas não prestaste atenção a quê?! Tu estavas mesmo à frente dela. Mais um pouco e espetava-te um mamilo no olho. Ou melhor, tu enfiavas-lhe um olho no mamilo. Que figura parva que tu fizeste. E devias estar a falar é com a tua consciência. Devia estar a pesar-te.

- Tu não gostas muito dela, pois não?

- Da Rita? Até gosto. É uma gaja divertida e desempoeirada. Não gosto é que o meu marido se comporte como um adolescente com ereção à frente dela. Só te faltou babar.

- Mas ela costuma andar assim vestida?

- Como se tu não soubesses. Ela gosta de andar descapotável. Só que hoje estava de mais. Mas pronto, está bem. Queria exibir as mamas novas. Fez um investimento, e agora quer rentabilizá-lo. É a economia, estúpidos. E a melhor maneira é vir a um jantar de amigos, onde não há homens descomprometidos. Só podem olhar, não podem tocar.

- Ao contrário das amigas, que até tocaram. Se calhar ela veio assim vestida para as amigas repararem nisso. Em vez dos maridos das amigas. Se calhar era para vos fazer inveja.

- Inveja? Mas qual inveja? Mas tu "tás parvo? Porque é que eu havia de ter inveja das mamas dela? Há algum problema com as minhas? Não gostas? Nunca te queixaste.

- Não há problema nenhum. Eu não disse nada das tuas mamas. São lindas. Eu gosto delas.

- Gostas? E se eu fizesse o que a Rita fez? Ias gostar mais?

- Mas estavas a pensar em pôr silicone?

- Não me importava. A partir de três mil euros já se podem quitar as maminhas.

- Por três mil euros podes ficar com umas mamas como as da Rita?

- Posso. E estás a ver como reparaste nas mamas dela?

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