Estudo analisou cem mil penáltis em dez anos. Conheça as conclusões surpreendentes
Uma empresa de análise de desempenho desportivo especializada em estatísticas, a Instat, desenvolveu recentemente um estudo em que analisou ao pormenor cem mil grandes penalidades apontadas entre 2009 e 2018. Foram analisados cem mil penáltis cobrados em jogos de futebol profissional e semiprofissional, tanto em masculinos como em femininos, distribuídos por 201 países. E são muitas as conclusões, conforme relata o jornal Marca.
Logo à partida, a empresa fundada em Moscovo quantificou a percentagem de castigos máximos que são marcados com êxito e os que são falhados. E em que moldes. A conclusão é a seguinte: 75,49 dos penáltis foram convertidos; 17,75% foram defendidos pelos guarda-redes, 4,07% saíram ao lado e apenas 2,87% bateram nos postes.
O mesmo estudo garante que os jogadores com mais experiência, em termos de tempo de jogo e que são mais vezes chamados a marcar penáltis, são os que mais garantias oferecem. A percentagem de êxito aumenta se forem avançados e estiverem habituados a marcar em lances de bola corrida. Por outro lado, diz o estudo da Instat, o fator psicológico também conta, já que alguém que falhe um castigo máximo tem mais probabilidades de voltar a errar se for chamado a converter o seguinte.
Foram também analisadas as técnicas relacionadas com a velocidade com que se corre para a bola e a potência do remate. Segundo a estatística, a forma ideal de cobrar uma grande penalidade com êxito é atingir uma velocidade média a chutar com suavidade. "O remate poderoso é menos fiável. Em 28% dos casos o penálti não é convertido. Os remates precisos são os mais eficientes, quanto mais suave for, maior a possibilidade de marcar", revela o estudo que foi publicado nesta semana no jornal desportivo espanhol Marca.
E qual o melhor sítio para colocar a bola? "A zona mais elegida para rematar é o canto superior esquerdo", apontou Luis Palomino, um dos diretores da empresa. Pelo contrário, "a zona menos segura é a parte superior central, devido à elevada taxa de probabilidade de o remate ser defendido pelo guarda-redes ou sair por cima", indicou o mesmo responsável à Marca.
O perfil do marcador de penáltis com mais êxito é de um avançado, veterano (média de 32-33 anos), canhoto e origem asiática. Deve olhar para o guarda-redes antes de marcar, correr a uma velocidade média, dar muitos passos (mais de cinco), chutar de forma suave com o pé esquerdo e de preferência para o canto superior esquerdo.
O estudo da Instat deixa ainda um conselho na hora de se escolher quem serão os marcadores das grandes penalidades. "Deve ser o treinador a eleger o marcador. O jogador no campo é afetado pelas emoções, pela fadiga e muitos outros fatores. O treinador está de fora e é quem tem o panorama completo. Há momentos em que determinados jogadores dizem que são eles que vão marcar o penálti. Por vezes, o treinador devia demovê-los se perceber que o jogador está afetado pelas emoções ou fisicamente esgotado", aconselhou o responsável da Instat.
O trabalho da Instat desvenda ainda quem são os melhores marcadores de grandes penalidades. Há um top 5 de jogadores que nunca falharam um castigo máximo, casos de Max Kruse, do Werder Bremen (24), Jelle Vossen, do Brugges (16), Vicent Janssen, do Fenerbahçe (16), Pavel Mamaev, do Krasnodar (13), e Cristian Stuani, do Girona (10).
O mesmo estudo adianta ainda o ranking dos jogadores que mais grandes penalidades consecutivas marcaram: Robert Lewandowski, do Bayern Munique (marcou 45 em 48, 31 deles consecutivos), Rickie Lambert, do West Bromwich (marcou 31 em 32, 30 deles consecutivos), o já citado caso de Max Kruse, que tem 100% de sucesso, e ainda o brasileiro Henrique Dourado, do Flamengo (marcou 25 em 26, 22 consecutivos).