Estrela que não devia existir foi descoberta
Foi batizada de J0023+0307 e pertence ao grupo de estrelas que nasceram praticamente desde a criação do universo. A estrela, descoberta por uma equipa do Instituto Astrofísico das Canárias (IAC), está a 9.450 anos luz de distância e acredita-se que não sobreviveu até aos nossos dias.
A revelação da "estrela primitiva" foi feita através da publicação de um artigo na revista The Astrophysical Journal Letters.
De acordo com as declarações de David Aguado, autor principal da publicação, ao jornal El País, a equipa do IAC procura "estrelas pobres em metais porque são as mais antigas da Via Láctea e contêm informações de como era o universo no início".
Os autores do estudo sobre a estrela recém-descoberta ficaram surpreendidos porque apresenta ter pouca quantidade de carbono. "É por isso que dizemos que essa estrela não deveria existir", explicou Carlos Allende Prieto, co-autor do trabalho.
O facto de terem descoberto J0023+0307 os leva a considerar que os modelos que reconstroem a evolução do universo podem ser melhorados, explica o jornal espanhol.
David Aguado adiantou que não será provável que haja planetas a orbitrar à volta dessa estrela estranha e antiquíssima, que nasceu quase nove mil milhões de anos antes do sol.
A recém descoberta faz parte dos objetivos da equipa do Instituto Astrofísico das Canárias, que pretende continuar a sua investigação sobre estas estrelas, de modo a reconstruir a história do universo.
Nesse sentido, querem em breve usar o Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul - do qual Espanha faz parte - que está localizado no deserto de Atacama, no Chile. Um telescópio de grandes dimensões e com uma maior capacidade de análise para analisar os elementos químicos da estrela.