Estratégias anti-stress

<p>Em férias, podemos esquecer as preocupações do dia-a-dia, descansar o corpo e a mente e retemperar forças. Já está a ficar deprimido só de pensar que vai regressar à rotina habitual e voltar a «entrar em parafuso» ao fim de alguns dias? Não se preocupe. Não podemos evitar o <em>stress</em>, mas podemos aprender a transformá-lo em energia positiva. Descubra o seu caminho.</p> <p> </p>
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Serenidade. Esta é a grande demanda da vida moderna, e não estamos a falar só da paz de espírito. A harmonia entre o corpo e a mente, que constitui a chave da saúde, é constantemente posta à prova pelo stress. Mas atenção: há que distinguir entre um stress de curto prazo, que nos desafia e inspira de uma forma construtiva, e o stress prolongado que acaba por se transformar num estado permanente de ansiedade.
O stress é um estado de tensão gerado em resposta às mudanças constantes do meio exterior. Pode tornar-se benéfico ou prejudicial, dependendo da forma como reagimos às novas circunstâncias. Corresponde a um complexo mecanismo fisiológico de defesas que põe o organismo numa espécie de «estado de alerta máximo» perante situações potencialmente ameaçadoras. A própria palavra, que deriva do latim stingere, sugere o estado de tensão de uma mola pronta a saltar. Face ao perigo, os músculos ficam tensos, o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea e a respiração intensificam-se, e o cérebro ordena uma descarga de hormonas estimulantes na corrente sanguínea para gerar uma onda imediata de energia.
Pode parecer exagero, mas a verdade é que já houve tempos em que era preciso escolher entre «fugir ou lutar» em fracções de segundo. Estas reacções ancestrais estão gravadas no nosso sistema nervoso e repetem-se automaticamente, sempre que nos sentimos ameaçados. A diferença é que as ameaças do mundo moderno, geralmente relacionadas com o dia-a-dia profissional, social, económico e afectivo, provocam um estado de ansiedade permanente que se torna mais desgastante do que as «situações de emergência» pontuais de outrora.

Equilíbrio energético é a chave
É difícil diagnosticar e tratar o stress porque tanto os factores que o desencadeiam como as reacções variam de pessoa para pessoa. O que é certo é que tudo o que induz o bem-estar e o relaxamento tem um efeito positivo. Para algumas pessoas, até pode passar pela prática de uma actividade física intensa. Outras encontram o equilíbrio através da psicoterapia, da meditação, do ioga ou da dança.
Neste campo, temos muito que aprender com a milenar sabedoria do Oriente: partindo do princípio de que cada ser vivo é parte integrante da energia do universo, os orientais mantêm-se saudáveis por meio de técnicas que visam harmonizar as trocas da energia vital entre o ser humano e o mundo exterior, acreditando que o equilíbrio assim obtido é a chave do bem-estar, do sucesso e da longevidade. «O stress tem uma componente positiva. As terapias orientais falam desta força impulsionadora e partem exactamente do princípio de que tem de haver um controlo dessa energia, caso contrário ela apodera-se de nós de uma forma negativa», explica Vera Bilé, do Centro Brahmi Oriental Wellness. «As pessoas não conseguem lidar com o stress porque estão desligadas da sua essência. As terapias orientais fornecem as ferramentas necessárias para desenvolver o potencial de equilíbrio que existe em todos nós», acrescenta.
Em linhas gerais, as medicinas orientais baseiam-se na ideia de que todas as coisas estão rodeadas de um campo invisível de energia electromagnética, que além de ser influenciada por factores externos também sofre influência dos nossos pensamentos e das emoções. Os chineses chamam a esta energia vital chi, os japoneses, ki e os indianos, prana. No Ocidente, surgiu recentemente uma terapia energética desenvolvida por um cientista americano, chamada terapia quântica, que parte de um conceito holístico semelhante. Também tem por objectivo detectar bloqueios energéticos no organismo e fornecer-lhe as frequências electromagnéticas adequadas para restaurar a saúde. A diferença está no método, uma vez que aqui o campo electromagnético do paciente é analisado e «corrigido» por uma máquina que actua de acordo com os princípios da física quântica.

AS SOLUÇÕES
Chi kung
O chi (lê-se ki) é a energia vital que existe no corpo humano e em todo o universo. Para os chineses, o equilíbrio dinâmico entre os pólos positivos e negativos do chi é o segredo da vida. Quando algum factor externo ou interno afecta o fluir do chi através do corpo e da mente e entre a pessoa e o universo que a rodeia, ela entra em desequilíbrio. As doenças são o resultado da ausência ou congestionamento do chi em áreas específicas, relacionadas com os órgãos vitais. O chi-kung [ki-gong], expressão que podemos traduzir, aproximadamente, por «movimento da energia», é a técnica que utiliza essa energia para unir o triângulo físico-espírito/mente. Está na base de todas as artes marciais e técnicas de cura de origem chinesa, sendo conhecida também como «ioga chinês». Consiste num conjunto de exercícios físicos, mentais e espirituais com objectivos bem definidos e orientados para a saúde. A prática regular melhora a vitalidade e a harmonia a energia, aumentando o seu fluxo e qualidade e orientando-a para os órgãos internos. Pode ser praticado individualmente ou usado como uma terapia energética. Neste caso, o terapeuta transmite a sua energia mental e física ao paciente, através do toque ou da imposição das mãos a uma certa distância, para detectar e curar potenciais problemas ou doenças.
 
Tai chi
Trata-se de uma arte marcial chinesa baseada no chi kung, que permite ampliar os efeitos benéficos daquela disciplina. O nome é uma abreviatura de tai chi chuan, que significa qualquer coisa como «energia em movimento através de práticas marciais». A prática consiste na realização de sequências de movimentos contínuos, suaves e fluidos que dão origem a uma coreografia.
Há quem lhe chame «meditação em movimento», já que, como em todas as formas de meditação, no tai chi a respiração é rítmica, a mente está vazia e calma e o mundo físico é, de certa forma, transcendido. Para quem acha difícil praticar uma forma mais estática de meditação, esta é uma excelente abordagem porque os próprios movimentos do corpo, fluidos e harmoniosos, ajudam a focar a concentração e a libertar a mente. Como exercício, o tai chi trabalha a coordenação, a flexibilidade, o equilíbrio, a paciência e o controlo físico e mental. Mas o verdadeiro objectivo é activar o chi, ou energia vital. Por isso, é uma arma poderosa para usar a energia do stress de uma forma construtiva.

Ioga
A palavra yoga, de origem sânscrita, significa integração, união. É uma filosofia prática de vida, originária da Índia, que visa o auto-aperfeiçoamento do ser humano através da integração harmoniosa do corpo e da mente. Embora existam mais de cem variedades, incluindo uma técnica de massagem, as mais conhecidas no Ocidente são o hatha yoga, que é mais dinâmico, e o raja yoga, que trabalha mais a parte mental. Parte-se do princípio de que o ser humano é constituído por três realidades – física, mental e espiritual – que devem permanecer equilibradas entre si. Combate-se a tendência para concentrar a atenção na mente que está quase sempre na origem do desequilíbrio.
O ioga pode ser visto como uma forma de ginástica que dá flexibilidade, força e harmonia de movimentos, ou como uma via para o autoconhecimento – é um bom exercício, mas na realidade, quer se tenha consciência disso ou não, o que faz é ensinar a gerir a energia que circula pelo corpo, pelo espírito e pela mente. Quando o efeito físico aparece, significa que o trabalho interior já está adiantado. Com o tempo, o praticante regular adquire consciência do seu corpo a todos os níveis, da sua capacidade de activar a energia vital e da sua força interior.
«A situação global é de desequilíbrio energético, a agressividade é uma constante à nossa volta. O ioga permite-nos trabalhar a capacidade de autocontrolo para que esse desequilíbrio não nos afecte», diz Sandra Ribeiro, do Centro de Yoga Ananda. Ajuda a lidar com o stress em primeiro lugar porque ensina a controlar a respiração – o domínio da respiração é uma das bases da prática de ioga e uma das melhores estratégias que existem para controlar o stress – e ensina, acima de tudo, a observar e a compreender o próprio corpo. «Essa observação, o olhar para dentro é muito importante, porque toda a gente sabe o que é melhor para si, por natureza. Basta ouvir o corpo», diz Sandra.
 
Massagem ayurvédica
É um tipo de massagem manual originário da Índia. Tem por objectivo estimular e reeducar a musculatura interna e externa, através de uma massagem que corrige a estrutura muscular e a estrutura óssea. Detecta e dá-nos a consciência dos movimentos repetitivos que nos estão a condicionar e evita a repetição dos erros de postura. Os movimentos são vigorosos e trabalham a dois níveis: a nível físico, como já foi descrito, e também a um nível energético mais profundo. Activa a energia vital do corpo (prana) e estimula a circulação que fornece energia às células, contribuindo para o bem-estar e para a saúde do organismo.
A base desta técnica é o ayurveda, a medicina tradicional indiana que recorre essencialmente ao poder das plantas. Os seus preceitos, muito próximos da natureza, mandam observar o ser humano na sua globalidade e baseia-se na crença de que o bem-estar – e, portanto, a saúde – depende do equilíbrio entre os cinco elementos que constituem o universo e, a uma escala menor, o homem: o éter, o ar, o fogo, a terra e a água. Estes elementos comandam os três doshas, que são as características físicas e psíquicas individuais de cada pessoa: vata, pitta e kapha. Os conhecimentos ayurvédicos aplicam-se a todas as áreas da vida, até na cozinha. A ideia é que a energia própria de cada um dos materiais utilizados, associada ao tipo de dosha (humor) da pessoa que vai receber o tratamento, promova a harmonia e a cura. A massagem tem um papel essencial nos tratamentos, pois destina-se a garantir a boa circulação da energia vital. É feita com óleos naturais ayurvédicos, em todo o corpo, incluindo cabeça, rosto e orelhas. Na região de Kerala, no Sul da Índia, esta massagem faz parte do dia-a-dia. Pratica-se nos hospitais, em família ou na rua e adapta-se a todas as pessoas, incluindo grávidas e bebés. As variedades mais conhecidas no Ocidente são a ayurvédica tradicional, a abhyanga, a shirodhara e a indian head massage.

Flutuação
Não há nada mais relaxante do que o contacto com a água, que tem o poder de nos remeter para um agradável estado primordial de segurança e de bem-estar. Mas a flutuação que se pratica no spa Float In, em Lisboa, tem características únicas que o transformam numa terapia anti-stress particularmente apetecível. É um método de relaxamento e revigoração que permite flutuar, sem esforço, sobre 25 centímetros de água que contém uma elevada quantidade de sal de Epsom – um sal especial, seleccionado pelas suas propriedades terapêuticas. Tudo se passa num espaço chamado flutuário, que na versão original é uma cápsula fechada, para proporcionar uma autêntica sensação de casulo, mas que também existe em versão aberta para quem assim o preferir – neste caso, assemelha-se a uma banheira de hidroterapia. No flutuário fechado, os benefícios são potenciados pela ausência de estímulos sensoriais (gravidade, temperatura, visão e som).
As origens desta prática remontam aos anos 1950, quando o neuropsiquiatra americano John Lilly procurava desenvolver um meio totalmente isento de estímulos sensoriais para as suas experiências clínicas. Hoje os flutuários têm diversas aplicações terapêuticas, no âmbito dos tratamentos REST – Restricted Environment Stimulation Therapy.
Há estudos clínicos que comprovam os efeitos da flutuação na diminuição do stress, da ansiedade, da fadiga e das insónias, bem como da compensação do jet-lag. Estão também documentados benefícios no tratamento e prevenção de lesões musculares, dores nas costas, reumatismo, artrite, enxaquecas e tabagismo. Por outro lado, a solução de sal Epsom, que é composta por sulfato de magnésio, tem um efeito rejuvenescedor e suavizante na pele, pelo que contribui para melhorar a aparência física. As senhoras gostarão de saber que também tem um certo efeito anticelulite. Mas o resultado mais extraordinário – e que provavelmente explica o estado de relaxamento profundo que se atinge com a flutuação – é que, durante a sessão, o cérebro é induzido a funcionar num registo de ondas tetha, que normalmente é atingido pelos monges budistas através da meditação profunda. Por isso, os responsáveis pelo Float-In afirmam que «a flutuação é um atalho para alguns dos benefícios de vários anos de meditação».

Terapia quântica
Método de terapia energética que promove a harmonização do organismo fornecendo-lhe as frequências electromagnéticas adequadas. Apresenta-se como uma resposta às diversas doenças que são originadas por bloqueios energéticos, sendo especialmente indicado no tratamento de depressões, insónias, dores físicas e dependências. Tem benefícios visíveis ao nível da diminuição da ansiedade, controlo do stress, reposição dos níveis energéticos e equilíbrio geral do organismo. A novidade é que, apesar de integrar o conceito do equilíbrio energético que costuma estar associado às medicinas orientais, a terapia quântica é um método moderno e tecnologicamente avançado, criado por um engenheiro americano com base na física quântica.
«A física quântica diz-nos que a matéria é energia e que a energia cria e forma matéria. Esta informação tem milhares de anos, pois as civilizações orientais sempre afirmaram que tudo no universo é matéria. A terapia quântica simplesmente utiliza a energia para actuar na matéria. E como associa os recursos da tecnologia moderna aos sistemas milenares da medicina oriental, produz resultados muito mais rápidos e precisos do que as abordagens tradicionais», explica a terapeuta Paula Barbosa.
A base deste método é o SCIO (Scientific Consciousness Interface Operations), um aparelho criado por Bill Nelson, antigo engenheiro da NASA que se especializou em medicina tradicional chinesa e outras medicinas complementares. Conjugando estes conhecimentos com os princípios da física quântica, criou uma máquina capaz de diagnosticar e corrigir desequilíbrios energéticos e disfunções em todos os órgãos e partes do corpo, através de sensores que analisam as diferentes frequências electromagnéticas da pessoa que está a ser tratada. Consegue obter cerca de nove mil pistas sobre o estado do organismo em três minutos e enviar imediatamente as frequências de rectificação necessárias. «Esta máquina é uma ferramenta fantástica para um diagnóstico e correcção rápidos. Os efeitos são imediatamente visíveis e raramente são precisas mais de cinco sessões para atingir a cura de qualquer doença. Mas eu tento sempre ajudar cada pessoa a identificar os padrões de comportamento que as estão a deixar doentes, para que possam corrigi-los definitivamente e aprender a prevenir», diz Paula.

Benefícios do mar
O oceano é uma fonte inesgotável de saúde e bem-estar. As suas virtudes não passaram despercebidas a Hipócrates (460-370 a.C.), o médico grego que ficou conhecido como «pai da medicina», e que já receitava curas à base de água do mar e elementos marinhos para tratar várias doenças. O termo que ainda hoje designa esta prática, talassoterapia, deriva da associação de duas palavras gregas: thalassa, que significa mar, e terapia, que significa tratamento. A água do mar é uma água viva. Contém muitas vitaminas, sais minerais, oligoelementos e outros nutrientes essenciais, que estão potencialmente disponíveis para ser absorvidos pelo organismo humano devido à semelhança que existe entre a composição fisiológica desta água e a do plasma sanguíneo. É necessário criar determinadas condições para aproveitar todos estes benefícios, pelo que uma cura de talassoterapia tem um efeito terapêutico muito superior ao de um mergulho nas ondas frias do mar. Por exemplo, a água tem de estar aquecida entre 32° e 36° C, pois só a esta temperatura é que os nutrientes conseguem atravessar a barreira da pele. Na prática, a talassoterapia estimula a circulação sanguínea, promove o relaxamento muscular e uma sensação de bem-estar geral. Tem propriedades antiálgicas (combate da dor) e anti-inflamatórias que se aplicam no tratamento do reumatismo e da artrose, na recuperação pós-cirúrgica e nas doenças do sistema respiratório. Qualquer que seja o objectivo do tratamento, a diminuição dos níveis de stress é sempre garantida.


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Terapia quântica
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