"Este filme tem tudo para ser um sucesso"

A Canção de Lisboa, de Pedro Varela, vive em parte da energia do protagonista, César Mourão. Ao DN diz acreditar no sucesso para este novo remake da trilogia dos clássicos de Leonel Vieira.
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Depois do sucesso de Pátio das Cantigas agora o protagonismo em A Canção de Lisboa. Sente que a partir de agora as pessoas vão também ter uma perceção do César como ator de cinema e não apenas como o artista da televisão e dos palcos?

Não penso nisso - um ator é um ator. Quando alguém diz que é ator tem de fazer cinema, teatro, televisão, humor, drama. Faz o que for para fazer. A formação que eu tive foi essa. Tive formação para alguma coisa, não? No meu caso, a dedicação é a mesma. Mas...sim, gosto mais de fazer cinema do que televisão, embora, se calhar ainda goste mais de fazer teatro.

O curioso aqui é que a sua interpretação vai mais por um tom low key, quase naturalista... Não sobe muito o tom mesmo nas sequências de humor físico.

Foi assumido. O compromisso era não fazer uma coisa muito naturalista tipo novela nem um overacting completo para cinema. Tínhamos de ter aquela dose certa. E esse equilíbrio deu-se mais ou menos. Acho que não forcei muito e esse caminho é o melhor para as pessoas se identificarem mais facilmente.

Sei que fez um tour de antestreias pelo país. Como foi a reação do público?

As reações têm sido incríveis. Este é um filme muito transversal, mesmo não sendo tão popular como os outros.

Popular ou popularacho?

Sim... mas isso são palavras suas. O que acho é que é um filme mais contemporâneo e jovem que o Pátio das Cantigas ou O Leão da Estrela. Aborda também o tema da faculdade e do gajo que não estuda e quer engatar miúdas, enquanto que as tias é que o bancam. Não sei, mas trata-se de uma comédia de enganos onde todos enganam todos. Sinto que é um filme simples que atinge os objetivos que quer atingir. O público tem achado que é o melhor dos três e no final é muito aplaudido. Na minha opinião, o final é muito bem conseguido. As comparações são inevitáveis, mas acaba por ser mais comparado com os novos do que com os originais. Tem tudo para ser um sucesso.

Paira uma opinião cinéfila e da intelligentzia algo consensual que um dos problemas do atual cinema português popular é uma certa ditadura de uma estética e do gag televisivo. Concorda que essa é uma das lacunas quando se faz um cinema mais para o grande público?

Sou um leigo ao pé de quem diz ou pensa isso. Eu não vejo aqui televisão, vejo cinema. Se é a mesma linguagem de televisão então tem a ver com o país e os orçamentos que temos.

Este filme da trilogia dos novos clássicos terá mais cinema?

Tem mais cinema! Não consigo perceber onde é que veem televisão aqui. Por outro lado, há coisas de televisão que são tão bem feitas que são quase cinema. Os Filhos do Rock praticamente é cinema! E, por acaso, é do mesmo realizador...

A sua personagem da velha Esperança, que já brilhou no teatro e em televisão, dava ou pode vir a dar um filme?

Já pensei nisso...já! A única coisa que está para ser resolvida - e estamos a pensar nisso seriamente - é a questão da maquilhagem. Para me transformar nela, toda a caracterização demora cerca de quatro horas. Para começar às 8.00 tenho de estar lá às 4.00 ou provavelmente tinha de viver com a velha. Mas quem sabe!?

Tem já algum outro filme na forja?

Há vontades daqui e dali, tenho uns convites para pensar neles. Estou a estudá-los, há que pegar num bom projeto. Agora uma coisa é certa, gostava de fazer mais cinema. Vamos ver se faço.

Peças, espetáculos, televisão, rádio e até anúncios. Fica-secom a ideia que é tudo menos calão.

Não sou nada calão! Sou trabalhador, honesto e dou tudo a cem por cento: as pessoas sentem isso. Sou um workaholic que gosta de fazer tudo bem. Se calhar até sou demasiado! Se estou a ter sucesso deve-se a muito trabalho.

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