Consegue imaginar uma mordida que é cinco mil vezes mais rápida do que um piscar de olhos de um humano? Ou, dito de outra forma, a uma velocidade de 320 km hora? Há um animal que consegue essa impressionante proeza - a formiga drácula, nome popular para Mystrium camillae, um inseto que habita no Sudeste Asiático e na Oceânia..Estas poderosas mandíbulas dão à formiga drácula o título de protagonistas do mais rápido movimento animal registado até agora, conforme é referido no estudo publicado esta quarta-feira no jornal científico Royal Society Open Science . "Estas formigas são fascinantes e as suas mandíbulas são muito incomuns", escreve o professor de entomologia e biologia animal da Universidade de Illinois, citado pela BBC..A velocidade exercida pelas mandíbulas é fundamental para os comportamentos predatórios, mas também dos defensivos, do inseto. O movimento é usado para atacar artrópedes, que antes de serem esmagados são atordoados pela formiga drácula. As vítimas são, posteriormente, levadas para o ninho para servirem de alimento às larvas.."Mesmo entre formigas que amplificam o alcance das suas mandíbulas, as drácula são únicas: em vez de usarem três partes diferentes para a mola, o trinco e o braço da alavanca, todas essas três partes são combinadas na estrutura da mandíbula", explica o pesquisador Adrian Smith, do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte e da Universidade Estadual da Carolina do Norte, coautor do estudo..O mecanismo da mandíbula já era conhecido - a novidade reside agora na velocidade da mordida..Os cientistas mostram a sua descoberta através de um vídeo: "Tivemos de utilizar e câmaras incrivelmente rápidas para captar todo o movimento. Também usamos tecnologia de raio-X para ver a anatomia dessas formigas e entender melhor como o movimento funciona", contou, por seu turno, Fredrick Larabee, do Museu Nacional de História Natural Smithsonian..O passo seguinte foi criar programas que permitissem testar de que forma cada elemento mandibular tinha influência num movimento tão rápido. Os cientistas pretendem ainda perceber de que forma é que a mordida a 320 km/hora influência a vida do animal, já que não se sabe exatamente como capturam as presas, embora se acredite que a agilidade das mandíbulas tenha um papel fundamental.