Estaremos a encarar a imunização com a importância que merece?

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As vacinas são o melhor investimento a nível de saúde global. Atualmente dispomos de vacinas que previnem mais de 20 doenças que ameaçam a nossa vida e o nosso bem-estar.(1) Além disso, a imunização previne 2 a 3 milhões(2) de mortes todos os anos por doenças como difteria, tétano, gripe e sarampo. Contudo, e apesar de toda a evolução a que temos assistido, ainda há muitas pessoas com dificuldades no acesso a esta forma de imunização, incluindo 20 milhões de crianças todos os anos.(3)

Ao olharmos para os sistemas de saúde, é aqui que reside o verdadeiro valor das vacinas: uma ferramenta de poupança para as unidades de saúde, permitindo um investimento maior em investigação e desenvolvimento de novas e inovadoras terapias com o potencial de mudarem vidas. Assim, além de salvarem vidas, são fundamentais numa ótica de sustentabilidade para a comunidade, em que a investigação em torno das mesmas pode e deve continuar a ser uma aposta.

Temos, assim, assistido a uma enorme evolução da ciência e da investigação, proporcionando às populações mais e melhores formas de prevenção de doenças infecciosas e virais graves, por vezes mortais e contagiosas, para as quais não existem soluções terapêuticas alternativas. Um reflexo deste trabalho é a imunização, o principal meio de prevenção primária de doenças que muitas vezes podem ser evitáveis.

Uma evolução que se traduz num aumento da esperança média de vida de entre 15 a 25 anos, assim como a diminuição das hospitalizações por doença grave, promoção da nossa saúde e longevidade com qualidade de vida.

Apesar destes números que provam o valor das vacinas, segundo a Organização Mundial de Saúde, a cobertura global caiu de 86% em 2019 para 83% em 2020(4), um número que nos deve levar a uma reflexão profunda sobre que estratégias adotar para que a imunização chegue a toda a gente, sem exceção.

Da ciência para a comunidade: um trabalho coletivo em prol da saúde.

Para dar continuidade a esta evolução positiva é fundamental continuar a reforçar junto de todas as pessoas, desde a mais tenra idade, a importância da imunização em todos os momentos da nossa vida, pois só assim será possível vivermos mais e melhor.

A imunização através da vacinação é tão importante porque sem vacinas corremos o risco de contrair doenças e complicações graves, como a meningite, infeção por vírus sincicial respiratório, sarampo, gripe, tétano, poliomielite, entre outras. Além disso, num mundo completamente conectado como aquele em que vivemos é muito fácil que os vírus atravessem fronteiras, como assistimos com a covid-19, e infetem milhões de pessoas.

A prevenção revela-se, assim, muito mais importante do que possa parecer num primeiro olhar. Desde logo são evitadas idas às urgências e internamentos por infeções preveníveis, libertando as unidades de saúde, já de si sempre com muitos doentes, para atenderem outras patologias e necessidades médicas.

Não nos podemos esquecer de que determinadas vacinas não nos protegem apenas a nós, de forma individual, mas também a todos aqueles que nos rodeiam e que convivem connosco. Há pessoas que devido à sua condição de saúde não podem ser vacinadas, pelo que cabe a cada um de nós assegurar a sua proteção.

Este é, sem dúvida, um trabalho coletivo, um trabalho não só da comunidade enquanto transmissora dos valores da imunização, mas também um trabalho das entidades de saúde que continuamente investem em soluções terapêuticas que permitem a prevenção de muitas patologias, como o caso da doença meningocócica ou da infeção por Vírus Sincicial Respiratório que afetam os nossos bebés e que podem ter consequências gravíssimas no seu desenvolvimento físico e intelectual.

Olhemos assim para a imunização como mais do que um processo. E, da mesma forma que a roda e o fogo foram algumas das descobertas mais importantes para a evolução do Homem, as vacinas vieram revolucionar a forma como nos relacionamos com o meio, com tudo o que nos rodeia, dando-nos uma proteção e uma segurança inigualável para podermos imaginar o futuro com mais esperança.

Assim, nesta Semana Mundial da Imunização queremos reiterar que a vacinação é uma ferramenta fundamental da atenção primária à saúde e um direito humano indiscutível pelo qual todos devemos lutar para que seja um bem efetivo e permanente.

Diretora Geral da Sanofi Vacinas Portugal

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