Estaline assombrado por Freud

"O Divã de Estaline", de Fanny Ardant.
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Depois de um melodrama à beira do surreal, Cadências Obstinadas (2013), Fanny Ardant escolheu Josef Estaline como insólito "herói", numa produção com chancela do português Paulo Branco. Não muito feliz na reconstituição de época (em cenários portugueses) e na tentativa de definição de um espaço claustrofóbico dominado pelo ditador, o filme possui uma curiosa linha dramática: Estaline surge como um gestor político particularmente inseguro, assombrado pela contundência analítica que pressente nos escritos de Sigmund Freud. A encenação dessa perturbação face à psicanálise tem como elemento decisivo a composição de Estaline por Gérard Depardieu: na sua contundência física, ele dá-nos a ver a ambivalência de um líder cujo poder absoluto está habitado pelos sinais mais cristalinos de um medo ancestral, sem solução.

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Classificação: ** com interesse

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