"Esta é a primeira vez que me sinto uma mulher completa"
Existem três regras de ouro para defender um assassino: primeira, desacreditar as testemunhas; segunda, introduzir um novo suspeito; terceira, enterrar as provas. Os alunos de Direito Criminal de Annalise Keating têm não só que interiorizá-las como colocá-las em prática nos mais difíceis cenários. O que é que isto tem a ver consigo? É porque que não precisa de ir a um tribunal para assistir ao desenrolar da ação. Basta acompanhar a série Como Defender Um Assassino, cuja segunda temporada está em exibição no canal AXN, nas noites de quinta-feira.
Não foram precisos muitos episódios para que a história de Shonda Rhimes (criadora de Anatomia de Grey ou Scandal) se tornasse uma das mais aplaudidas pela crítica. Diz a revista Forbes, por exemplo, que este é "um dos melhores programas da temporada". Muito por mérito de Viola Davis, que em 2015 foi premiada com o Emmy de melhor atriz numa série dramática. "Esta é a primeira vez que me sinto uma mulher completa. O Pete [Nowalk, criador] atreveu-se a escrever algo que empurra os limites, que é arrojado, dramático, sexual, confuso. Sempre senti que sou todas essas coisas", explica a atriz de 50 anos, em declarações obtidas, em exclusivo, pelo DN.
Os mais de 11 milhões de norte-americanos que assistiram aos episódios da primeira temporada renderam-se não só ao rosto principal, mas sobretudo aos twists and turns a que a multipremiada Shonda Rhimes já nos habituou. Há até quem lhes chame os "momentos "oh, meu Deus!"" "Existe uma perceção real de que, quando escrevemos, estamos a tentar retirar a verdade de uma pessoa. Os momentos "oh, meu Deus" acontecem porque é isso que uma personagem faria. Tem de ser real, emotivo. Por isso, estou sempre a escrever para mim mesma, à procura do que é que seria emotivo para mim, do que é que me faria chorar", sublinha a produtora.
Em Como Defender Um Assassino, momentos desses não faltam. Viola Davis revela os que a marcaram. "Houve a cena em que tirei a peruca. Mas a minha preferida foi quando a Ms. Tyson [que dá vida à mãe de Annalise, Ophelia] me pôs no meio das pernas dela, me afastou o cabelo e coçou a minha cabeça. Para mim, isso é tão familiar. Qualquer afro-americano pode dizer que cresceu com esse momento. Os momentos simples são os mais revolucionários. E houve algo nessa interpretação que me fez sentir orgulhosa da série. Foi esse "o momento"", confessou.
Difícil é "manter o nível da Viola"
Para o criador e produtor executivo da série, Pete Nowalk, "manter o nível de jogo da Viola [Davis]" é o principal desafio. No bom sentido. "É isso que me mantém acordado à noite, mas de uma forma criativamente revigorante", atira.
E para a mulher que dá vida à brilhante e impiedosa professora de Direito Criminal? "O maior desafio é não deixar que a minha personagem seja ditada pela audiência, ao ponto de eu deixar de correr riscos. É continuar a ser arrojada e não me deixar levar pelo facto de ser acarinhada", frisa Viola Davis.
No arranque da série, a sua Annalise Keating seleciona os estudantes mais promissores para trabalharem consigo na defesa de criminosos em tribunal. Estes foram os escolhidos (confira as imagens acima):
- Wes Gibbins: O aluno interpretado por Alfred Enoch cai de para-quedas na aula de Annalise. Rapidamente perde a sua inocência e, enquanto explora o lado negro da justiça, "tropeça" em alguns segredos pessoais da sua mentora.
- Asher Millstone: O típico rapaz da Ivy League, nascido em berço de ouro, é da responsabilidade de Matt McGorry. Para os colegas, é apenas um "nariz empinado", mas Annalise sabe algo sobre ele que promete deixar todos de boca aberta.
- Laurel Castillo: A personagem de Karla Souza é discreta, insegura, e quer ser advogada para defender os mais desfavorecidos. De início, é subestimada, mas a sua criatividade e o seu lado mais obscuro vão surpreender os colegas e a mentora.
- Connor Walsh: Jack Falahee entra na pele daquele que pensa ser o mais esperto do grupo. Habituado a conseguir tudo o que quer, Connor faz de tudo para conseguir a aprovação de Annalise. Até o que não é permitido por lei...
- Michaela Pratt: Cabe a Aja Naomi King interpretar a aluna mais aplicada, aquela que é sempre a primeira a levantar a mão nas aulas. No entanto, nada disso lhe garante, de início, admiração por parte da mentora.