Espanha vai dar nacionalidade a descendentes de judeus expulsos há 500 anos
O Congresso dos Deputados de Espanha aprovou esta quinta-feira definitivamente a lei que dá a nacionalidade espanhola aos sefarditas, descendentes dos judeus que foram expulsos em 1492.
A lei é dirigida aos descendentes dos sefarditas que foram expulsos há mais de 500 anos da Península Ibérica e a quem foi retirada a cidadania e que agora podem recuperar se provarem a sua origem, vinculação com o país, conhecimento da língua e cultura, mesmo que não tenham residência em Espanha.
O projeto de lei vai entrar em vigor no próximo 01 de outubro.
"Esta lei diz muito do que fomos no passado e do que são hoje os espanhóis e do que queremos ser no futuro, uma Espanha aberta, diversa e tolerante", disse o ministro da Justiça espanhol, Rafael Catalá.
Para o chefe da diplomacia espanhola, José Manuel García-Margallo, o projeto de lei é obra de todo o Governo e visa a "reparação de uma dívida histórica" com as comunidades judias.
O presidente da Federação das Comunidades Judias em Espanha, Isaac Querub, qualificou o dia de hoje como "histórico" e que "abre uma nova era nas relações da comunidade judia com Espanha".
A oposição espanhola apoiou o projeto de lei, mas manifestou preocupação com as dificuldades criadas para ser adquirida a nacionalidade, incluindo o pagamento de 100 euros e as provas de vínculos a Espanha.
Em Portugal o Governo aprovou em janeiro passado um decreto-lei que regulamenta a concessão da nacionalidade portuguesa, por naturalização, a descendentes de judeus sefarditas expulsos do país a partir do século XV.