Erros nas candidaturas condicionam listas do ME

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Quando o Ministério da Educação (ME) divulgar as listas provisórias de graduação dos professores, no dia 23 de Maio, um número de candidatos que se poderá aproximar dos 25 mil não verá os seus nomes afixados. São os professores que cometeram erros nas candidaturas, tendo sido responsáveis, segundo anunciou o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, pela "quase totalidade" dos "15 a 20%" de candidaturas invalidadas entre as 121 599 submissões.

As falhas são consideradas de "pequena dimensão" e de "fácil resolução", por isso, a colocação destes professores não está em causa. No entanto, e apesar dos pedidos dos sindicatos, o ministério já explicou que não há forma de resolver estes casos antes da fase de reclamações do concurso, que começa logo a seguir à divulgação das primeiras listas. Assim, e apesar do balanço "positivo" que o ministério e os sindicatos fazem do desenrolar do concurso até à data, é já certo que as listas provisórias estarão desfasadas da realidade em dezenas de milhares de professores. O processamento das reclamações, que se inicia em Junho, vai dar trabalho extra ao ministério.

Mas que erros cometeram tantos professores nas suas candidaturas? Segundo apurou o DN, a principal falha detectada resumia-se ao engano de um único dia, na contabilidade do tempo de serviço.

António Quitério, educador de infância no Bombarral foi um desses milhares de casos. "Ao fazer a soma dos dias de trabalho, esqueci-me que o ano passado foi um ano bissexto, e contabilizei-o como tendo 365 dias", contou ao DN. "Quando me apercebi da situação, já tinha submetido a minha candidatura e não a pude rectificar". O erro em que, como lembra, até se prejudicou num dia de trabalho, vai agora custar-lhe "uma ansiedade desnecessária" e, sobretudo, muito tempo perdido a resolver a situação na fase de reclamações.

Mas também houve docentes penalizados por falhas alheias. António Barreiras, docente do primeiro ciclo em Viana do Castelo, obteve recentemente o grau de licenciado, depois de uma primeira formação como professor do primeiro ciclo. Seguindo "a informação que o ministério deu aos sindicatos", inscreveu-se nos concursos indicando apenas a primeira formação recebida, mas indicando a nota mais recente no campo da avaliação.

O Centro de Área Educativa invalidou-lhe a candidatura, devido a problemas de interpretação desta regra. Mas pode considerar-se com sorte não vai ter que esperar pela fase de reclamações. "Felizmente, os agrupamentos educativos empenharam-se em apurar o que se estava a passar e garantiram desde logo a resolução deste problema", conta.

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