Mais de 200 mil utilizadores vão ter de desinstalar os jogos didácticos do computador Magalhães por terem erros de português de palmatória. O mesmo será feito em todos os outros que estejam por vender. É a resposta do Ministério da Educação perante a denúncia pública do problema. E vão instalar um inquérito interno para averiguar responsabilidades.."Quando é que isto aconteceu, como é que isto aconteceu e quem é o responsável?", são as perguntas que quer ver respondidas o deputado que denunciou a situação, o independente e ex-CDS José Paulo Carvalho. Perguntas para os quais os responsáveis do Ministério da Educação (ME) também querem encontrar justificações, embora a assessoria não revele o que estão a fazer "por serem questões internas". .As responsabilidades serão apuradas junto da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), quem tutela os conteúdos do Magalhães e responsável por não ter filtrado as dezenas de erros ortográficos e de concordância de português, mais de 80, contabilizou o Expresso, jornal que denunciou a situação. Isto depois de José Paulo Carvalho ter requerido explicações junto do Parlamento por "ser inadmissível e só revelar incompetência". Diz estar satisfeito com a resposta do ME em reconhecer e emendar o erro, mas, critica, "a responsabilidade política é do primeiro-ministro e deveria ser ele a assumir o erro". .Um comunicado do Ministério da Educação "esclarece que já solicitou à empresa JP Sá Couto a remoção do software associado a uma aplicação de um jogo, no seguimento da detecção de erros ortográficos no menu "ajuda, que considera intoleráveis". .A Caixa Mágica Software, responsável pelos conteúdos do Magalhães, esclarece que tradutor da aplicação, José Jorge, não tem a 4.ª classe mas duas licenciaturas: uma em filosofia e outra em informática. E defende-se, dizendo que entre 1136 aplicações presentes, foram detectados erros apenas numa aplicação (Gcompris), o que se deve à tradução automática e que foram sendo corrigidos em actualizações disponibilizadas em Outubro e em Janeiro, sendo automaticamente instaladas em todos os Magalhães que acedem à Internet, mas José Paulo Carvalho nega que exista esta última possibilidade.|