Podem ser a forma mais eficaz, original e engraçada de chegar ao sorriso da outra pessoa. E ao coração. Mas podem também ser o passaporte mais desastrado para fazer que o outro perca a vontade toda em estar connosco. Os SMS (e sim, os telemóveis) mudaram a nossa vida para sempre. Ok, não tanto como a roda, a penicilina, o computador, o automóvel ou o telecomando. Infelizmente, porém, esta coisa de escrever os sentimentos e intenções num pequeno ecrã e os enviarmos para o espaço sideral, esperando que não caiam em saco roto, nem sempre corre bem. E há algumas regras a considerar. .Cuidado com as abreviaturas. Usar apenas algumas, e só em determinadas circunstâncias. «Qdo é q vens ao cinema cmg?» é o máximo tolerado. Se estão com pressa, que tal «Cinema, hoje?». Escrever o que quer que seja por extenso tem um peso maior. Sim, também significa que têm mais tempo naquele momento. E, pelo amor da santa, «LOL» é muito, muito, muito foleiro. Mal por mal, antes um smile. .Já agora, para quem não sabe, um "smile" (lê-se semaile) significa um sorriso e representa-se assim com dois pontos e um fechar de parêntesis. : ) Não tem mal nenhum e não é coisa de adolescente. Não sejam preconceituosos. Mas responder com um smile pode ter vários significados: «agora não tenho tempo para responder, mas não quis deixar de te dar feed-back.» Ou «não tenho nada de jeito para dizer». Ou apenas «isto é um sorriso amarelo, só para não ser mal-educado, desampara-me a loja». .Gralhas são uma coisa. Normalmente fruto de dedos grandes para teclas pequenas. Erros são outra. E são (muito) piores do que as abreviaturas. Uma série de erros ortográficos em SMS pode significar o fim de uma relação antes de ela começar. Podem ser muito bons (boas) na cama, inteligentes, ter umas mãos lindas (e um peito também), umas pernas de sonho e uma casa com vista para o rio. Mas se escrever «estivestes», «fizestes» ou «gustava de te levár ao séu», além de piroso é um poderoso anticlimax. .Cuidado com a escrita inteligente. Os smartphones são, na verdade, muito espertinhos. E por vezes substituem o que queríamos escrever pelo que jamais teríamos coragem de dizer. Isto é particularmente verdade no caso dessa modernice do «sexting» - e quem nunca fez que atire o primeiro telemóvel. .Respostas curtas podem ter um duplo significado: ou têm pouco tempo, ou pouco interesse. Mais cedo ou mais tarde a outra pessoa vai perceber qual das duas. Despachem-se a clarificar isso. Por vezes não é possível responder mais do que um «sim», «falamos mais tarde» ou «decide tu». No meio de uma reunião ou em pleno dia de trabalho complicado, escrever longos SMS é impraticável. Responder na hora é um luxo. Se a outra pessoa não perceber isso, é porque se calhar não percebe outras coisas também. Mas se, quando têm tempo, continuam a ser telegráficos na resposta, isso é sinal de qualquer coisa. Ou de falta dela. .Há um tempo limite para deixar a outra pessoa à espera de uma resposta a uma mensagem. É verdade que responder imediatamente pode indicar ansiedade, e não queremos isso. Queremos mostrar interesse, mas não desespero. Há ali um período de espera para deixar claro que não estamos a viver exclusivamente para aquilo. Mas há limites. Responder no minuto seguinte: não. Responder no dia seguinte: também não. .Nem todas as mensagens são para responder. Não sejam previsíveis. Ao fim de uma troca de SMS mais ou menos amorosos, fofinhos, escaldantes ou aliciantes, chega a um ponto em que a coisa tem de acabar. Não é preciso terem a última palavra nem serem o último a enviar beijos. Ah, e já agora: «bjs» e «bjnhs» é diferente de «beijinhos». Depois disso ainda vem o «beijos». E o «beijo» (só um, singular, por extenso) é o último nível.