Enfermeiros dos blocos operatório em flash mob nacional
Braga, Bragança, Porto, Coimbra, Anadia, Torres Vedras, Abrantes, Lisboa, Beja e Algarve foram algumas das zonas que responderam ao repto da AESOP.
No Porto, cerca de 60 enfermeiros de todos os hospitais da cidade vestiram-se a rigor e dançaram hoje em frente à estação do Metro da Trindade.
"O 'flash mob' teve duas intenções: demonstrar que os enfermeiros são uma profissão humana, e não técnica, e dar visibilidade aos profissionais do bloco operatório que fazem um trabalho extraordinário mas são pouco vistos", afirmou à Lusa Manuel Valente, a vice-presidente da Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP).
Manuel Valente realçou ainda a "necessidade" de, no país, serem reconhecidas formalmente as "competências dos enfermeiros que trabalham no bloco operatório".
"Em Portugal não existe reconhecimento dessas competências", lamentou o porta-voz da iniciativa, segundo o qual a preparação dos enfermeiros é atualmente feita em "contexto de trabalho", durante dois anos no próprio bloco operatório.
O dirigente defendeu que uma outra parte da aprendizagem deverá ser "mais formalizada do ponto de vista escolar", com uma componente teórica.
Questionado sobre os salários na profissão, Manuel Valente, admitiu que "em Portugal os enfermeiros em geral são renumerados abaixo do nível em que são formados", mas considerou "quase imoral falar em renumeração no atual contexto".
Os enfermeiros perioperatórios são os responsáveis que trabalham no bloco operatório, e cuidam da pessoa antes, durante e após a cirurgia.
Em contexto operatório estão sempre presentes três enfermeiros: o circulante (que coordena toda a atividade para que a cirurgia decorra de forma segura), o instrumentista (instrumenta de forma eficaz e segura ao lado do cirurgião), e o anestesista (que monitoriza as funções vitais como a circulação e a respiração e a assegura que se mantenham estáveis).