Endesa quer investir mil milhões de euros em Portugal até 2009
A Endesa quer atingir os mil milhões de euros de investimento em Portugal até 2009. Os números dizem respeito ao quadriénio iniciado em 2005. O anúncio foi feito ontem, em conferência de imprensa realizada no mesmo dia em que a maior eléctrica espanhola abriu novos escritórios em Portugal.
Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa-Portugal, salientou que, para além dos 150 milhões de euros que investiu na compra da Finerge - empresa que pertencia ao grupo Somague/Sacyr e que se dedica essencialmente a projectos na área das energias renováveis - conta subir esse montante até aos 320 milhões, já que aposta numa elevação de quota no sector da eólica. Por outro lado, se sair vencedor do concurso público lançado pelo Governo para instalação de potência até 1000 megawatts (MW) de energia eólica, isso fará subir o nível do investimento até aos 300 milhões de euros, só nessa área.
O custo do aumento de performance ambiental da Tejo Energia, onde a Endesa participa a 38,9%, foi igualmente referido. Ascende a 150 milhões de euros e está previsto igualmente para o intervalo de tempo anunciado. A Endesa é ainda candidata a dois grupos de geração de ciclo combinado a gás, em parceria com a EDP e a Enercom, um investimento que está estimado em 450 milhões de euros. Finalmente, os seus responsáveis estão ainda a trabalhar no chamado carvão limpo, na central de Sines, um investimento ainda não totalmente contabilizado.
A Endesa está presente em Portugal desde 1982 e, actualmente, participa na Sodesa - que é a segunda maior comercializadora de electricidade em Portugal - a meias com a Sonae. Com cerca de 6% do mercado eléctrico nacional, a Endesa atinge os 22% no que respeita à fatia que já se encontra liberalizada, pretendendo chegar aos 20% globais quando todo o mercado, incluindo o doméstico, for concorrencial, ou seja, segundo as perspectivas, em 2010.
Quanto à disponibilidade para aquisições, Nuno Ribeiro da Silva referiu: "Actualmente, o mercado está inflacionado". No entanto, o presidente da Endesa-Portugal não tem dúvidas de que a actual onda de OPA na Europa "vai continuar", até porque "a Comissão Europeia a inda não disse qual é o nível de concentração que tolera".
Sobre as actuais quotas de emissões de CO2, Ribeiro da Silva alertou para que "se o sector eléctrico vier a ser prejudicado na distribuição, isso afectará o mercado liberalizado". Nuno Ribeiro da Silva sustentou a "necessidade de acelerar as negociações com Bruxelas", de modo a que o plano actualmente em vigor possa acomodar as futuras centrais de ciclo combinado. C