Encerramento de consulado em Faro é decisão "correta" - Casa de Angola no Algarve

O presidente da Casa de Angola no Algarve disse hoje à Lusa que o encerramento do Consulado Geral de Angola em Faro é uma "decisão correta", já que nos últimos dois anos o movimento naquela repartição era "praticamente nulo".
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Segundo João Gameiro Alves, depois de um período de grande movimento de cidadãos entre Portugal e Angola, registado sobretudo na última década, houve uma quebra acentuada do fluxo migratório nos últimos dois anos, o que faz com que "já não se justifique" manter aquele serviço no Algarve.

"Estamos inteiramente de acordo com a decisão das autoridades angolanas, na medida em que o número de cidadãos que procuram o consulado em Faro, para a obtenção de vistos ou outro tipo de apoio, é reduzido face ao movimento que anteriormente se registava", sublinhou aquele responsável.

Inaugurado em setembro de 2011, o Consulado Geral de Angola em Faro vai encerrar até ao final de novembro, assim como a embaixada que existe junto da sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, disse na segunda-feira, em Luanda, o chefe da diplomacia angolana.

Na altura, segundo a Câmara de Faro, o consulado tinha como missão "prestar auxílio a mais de uma dezena de milhar de cidadãos no Algarve", sendo que, de acordo com João Gameiro Alves, atualmente residem, só no concelho de Faro, aproximadamente 5.000 angolanos e luso-angolanos.

Perante o encerramento do consulado, o presidente da Casa de Angola no Algarve manifestou-se disponível para que a instituição que dirige possa "funcionar como ponto de apoio à própria embaixada", em termos burocráticos, por exemplo, recebendo e encaminhando documentação, ou noutras matérias.

João Gameiro Alves disse à Lusa que irá pedir "muito em breve" para ser recebido pelo novo embaixador da República de Angola em Portugal, Carlos Alberto Fonseca, nomeado no passado mês de maio, que considera que tem estado a fazer "um ótimo trabalho".

A Casa de Angola no Algarve é a maior instituição na região dedicada a apoiar e a integrar a comunidade angolana, tendo sido fundada na década de 1990 por cidadãos naturais de Angola e portugueses que viveram durante muitos anos naquele país.

Este verão, pelo segundo ano consecutivo, a associação organizou, em conjunto com a RDP/África, o Festival de Música Africana no Algarve. A instituição organiza ainda palestras, conferências e outras atividades.

O encerramento do Consulado Geral de Faro e da embaixada junto da sede da CPLP, em Lisboa, integra uma lista de quatro missões diplomáticas e outros tantos consulados que, até novembro, serão fechados.

Entre outubro e novembro serão encerradas as embaixadas no México, Canadá e Grécia e os consulados em Durban (África do Sul), Frankfurt (Alemanha) e Califórnia (Estados Unidos).

Por outro lado, Angola vai construir uma nova chancelaria na Alemanha, projeto integrado no acordo-quadro de financiamento celebrado em 2016 entre o Governo angolano e o banco alemão KFW IPEX-Bank GMBH.

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