Painéis solares, mobilidade elétrica, redução das emissões de gases de efeito estufa, de tudo um pouco têm feito as empresas portuguesas para ajudar na transição energética. A consciência ambiental vai fazendo o seu caminho, mas Portugal ainda só tem quatro empresas na "A List" do CDP - Carbon Disclosure Project, organização não governamental de referência nos mercados de capitais pela classificação da performance ambiental de empresas e cidades, mesmo assim são mais três do que em 2019, quando apenas a EDP figurava neste exigente ranking. Os CTT, a Navigator e a Sonae foram as subidas de 2020. Jerónimo Martins, NOS, BCP e GALP estão já no nível A-, sendo fortes candidatas a chegar à "A List" em breve..Contribuir para a descarbonização da economia, aumentar a capacidade de produção renovável, reforçar as soluções de eficiência energética e apostar em inovação são os grandes pilares da estratégia de ação climática da EDP, definida ainda antes da COP 21, conferência de que resultou o Acordo de Paris. Um caminho que "tem sido feito, com permanente atualizações e reforços das metas ambientais", diz fonte oficial da empresa, lembrando a antecipação do fecho das centrais a carvão na Península Ibérica, entre as quais a de Sines, já a partir de 2021. E que contribuirá para cumprir o objetivo da empresa de reduzir as suas emissões de CO2 em 90% até 2030, em comparação com os níveis de 2015..Paralelamente, a EDP continua a investir na expansão das energias limpas, que já representam 74% da produção atual da empresa. E o objetivo é que chegue a 90% até ao final da década. Uma aposta que envolve as renováveis, mas, também, as soluções de eficiência energética, como a instalação de energia fotovoltaica e painéis solares em clientes ou os incentivos à mobilidade elétrica, entre outros. O objetivo, com a criação de produtos e serviços mais eficientes, é que os consumidores "obtenham poupanças de energia da ordem dos 5 TWh até 2022"..A companhia comprometeu-se, no seu último plano estratégico, apresentado em 2019, a aplicar 75% dos seus investimentos totais, orçados em 12 mil milhões, nas renováveis, objetivo que o grupo garante que "tem sido cumprido, em paralelo com a aposta contínua em projetos inovadores", de que o parque eólico flutuante offshore Windfloat Atlantic, ao largo de Viana do Castelo, é um dos exemplos. Sem esquecer a investigação de novas soluções, como é o caso da produção de hidrogénio verde..Consciente de que a transição energética é "urgente e prioritária", a Galp lembra, no entanto, que há que garantir que essa transição é "ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente equilibrada". E, por isso, nos últimos cinco anos, "acelerou o caminho" para assegurar "a resiliência e diversidade" do seu portefólio energético, alinhando a descarbonização com a "garantia de que infraestruturas críticas para a economia nacional e para o bem-estar social" continuam ao serviço da comunidade durante este processo de transição..Só no seu aparelho refinador, a Galp vai investir 60 milhões de euros, até 2023, em projetos de ecoeficiência para reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa, valor que acresce aos 23 milhões já investidos na mesma área nos últimos três anos. "Com estes dois investimentos, as emissões evitadas até 2023 vão ultrapassar as 150 mil toneladas de CO2", diz a empresa. E não só obteve, uma vez mais, a classificação de empresa mais sustentável da Europa no seu setor em 2020, e a terceira melhor a nível mundial, de acordo com os critérios do Dow Jones Sustainability Indices, como atingiu o nível de leadership, com a classificação A-, superior tanto à média regional de C da Europa como à média B do setor oil & gas mundial na avaliação anual do CDP..Além disso, a empresa presidida por Carlos Gomes da Silva tem vindo a dar "passos muito robustos" na área das renováveis: a conclusão, já neste ano, do acordo de compra do parque solar da ACS em Espanha permitiu à Galp ascender ao lugar de principal operador solar na Península Ibérica. E está a avaliar "vários projetos e soluções" para aumentar a eficiência energética das suas atividades, bem como para a "produção de formas de energia de baixa intensidade carbónica", caso dos biocombustíveis a partir do coprocessamento de matérias-primas recicladas ou o hidrogénio. Sem esquecer as novas unidades de negócio, como a flow, na mobilidade sustentável, ou a energia independente, para fomentar o autoconsumo solar das famílias..Para a Sonae, "a proteção do planeta é estratégica". O grupo liderado por Cláudia Azevedo integra há mais de duas décadas o Conselho Económico Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e, num compromisso com a sustentabilidade, fez parte do grupo inicial de empresas que assinaram o Acordo de Paris e aderiram ao manifesto lançado pela plataforma Business for Nature, que exige uma ação rápida e coletiva para proteger os recursos naturais e reverter a deterioração do planeta, recorda fonte oficial. Nesta semana, a Sonae recebeu a distinção máxima do CDP, ao integrar a "A List" pelas iniciativas de combate às alterações climáticas. A entrada na "A List" é "um feito ao alcance de apenas 3% das mais de nove mil empresas avaliadas em todo o mundo", sublinha a mesma fonte..Também neste ano, o grupo português estabeleceu o objetivo de atingir a neutralidade carbónica das operações em 2040, antecipando em dez anos a meta definida pela União Europeia. Para isso, a Sonae está a trabalhar na redução de 54% das emissões próprias, tendo em curso um conjunto de medidas de eficiência e de transformação, como são exemplo o aumento do recurso a energias de fonte renovável, através de compras ou produção local, a eletrificação das frotas de veículos e do e-commerce, um programa de substituição de gases frigogénicos das centrais de frio, a compensação carbónica no caso das emissões não evitáveis, entre outras..Como afirmou recentemente Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, "o planeta não pode esperar mais", mas "ainda estamos a tempo: com a implementação de ações concretas e imediatas de redução da pegada ecológica, é possível parar a atual destruição do planeta e assegurar a sua sustentabilidade, deixando um melhor legado para as gerações futuras"..São duas as matérias-primas necessárias numa fundição: o alumínio (ou outro metal qualquer) e a energia para o fundir. E, por isso, a fatura energética é algo de "muito pesado" nesta indústria. Joaquim Almeida, responsável da Fundiven, estima um gasto mensal da ordem dos 50 mil euros. Há dois anos, a empresa substituiu o gás propano por gás natural nos fornos e aproveitou o projeto que submeteu ao Portugal 2020 para substituir grande parte do seu parque de máquinas por equipamentos ecoeficientes, e que consomem, em média, 40% a menos de energia e para instalar um parque fotovoltaico de 600 kVA. Mesmo assim ainda não conseguiu assegurar a autonomia da unidade, especializada no fabrico de peças técnicas para a indústria automóvel e de gás, entre outras. "Precisaria de quadruplicar a área de painéis, mas o espaço que temos já nem é eficiente para esse fim", diz o empresário, que estima em 1,5 a dois milhões de euros os investimentos realizados na fábrica diretamente ligados à vertente ambiental..Mas não se fica por aqui. A Fundiven tem a vantagem de trabalhar o alumínio, uma matéria-prima "quase infinitamente reciclável", o que ajuda a fechar o ciclo, mas, além disso, "há muitos anos" que os acionistas da Fundiven, uma unidade familiar, vêm investindo na floresta, contando já com mais de um milhão de árvores plantadas..A partir de 1 de janeiro de 2021, está interdita a circulação de camiões Euro I, II, III e IV (os mais poluentes) dentro das infraestruturas dos portos de Leixões e Viana do Castelo. Só o porto de Leixões recebe diariamente mais de 1500 viaturas de transporte de mercadorias - 27% das quais estão classificadas como muito poluentes -, que libertam 1189 toneladas de CO2 para a atmosfera..Esta medida de descarbonização, que deverá garantir uma redução de 50% da poluição, foi alvo de um protocolo firmado nesta semana entre a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM). O acordo prevê também a redução dos tempos das operações, como o levantamento e a entrega de contentores marítimos, por forma a reduzir a emissão de gases para a atmosfera e o ruído provocado pela circulação e pela atividade dos camiões dentro dos portos..Este protocolo, assinado num momento em que se assinalam cinco anos desde a aprovação do Acordo de Paris, é mais uma ação das que a APDL tem vindo a implementar para melhorar a qualidade do ar da área portuária e envolventes, e minimizar os impactos e reduzir a pegada ambiental da atividade dos seus portos. A APDL está "a desenvolver um verdadeiro roteiro para a descarbonização, com um conjunto de medidas que visam reduzir a pegada ecológica da nossa atividade, até 2030", sublinha Nuno Araújo, presidente da infraestrutura portuária..O DST Group identificou já há muito tempo a economia do ambiente e a sustentabilidade como matérias estratégicas para o seu negócio no futuro. "A racionalização dos consumos de energia e a produção de energia, com base em fontes renováveis, são essenciais, tanto do ponto de vista da competitividade do grupo como do contributo que queremos dar para o combate às alterações climáticas", sublinha fonte oficial do grupo português de engenharia e construção. Por isso, tem sido feito um esforço de monitorização dos consumos de energia elétrica e de otimização do funcionamento dos equipamentos de AVAC, de ar comprimido e de iluminação, mas também na área da produção de energia renovável. Neste domínio, o grupo está envolvido na constituição de uma Comunidade de Energia Renovável, que integrará três centrais fotovoltaicas, com capacidade instalada de 800 kW. O projeto vai garantir uma produção de energia elétrica, em ano médio, de 1.080 MWh, que corresponderá a evitar a emissão de 278 toneladas de CO2 por ano, e a aproximadamente 30% dos consumos de energia do campus industrial do DST Group. Este plano, que deverá estar concluído no próximo ano, implica um investimento da ordem de um milhão de euros..Desde 2017, o grupo liderado por José Teixeira tem em funcionamento uma plataforma de carsharing que, até ao final de 2019, permitiu evitar a emissão de 135 toneladas de CO2, através da partilha de carro pelos trabalhadores, recorrendo a uma plataforma eletrónica desenvolvida internamente. O DST Group tem também investido na integração de novas formas de mobilidade, como trotinetes elétricas para deslocação entre obras e dentro do campus, a que se soma a aquisição de veículos elétricos. Recentemente, viu aprovado um projeto, liderado pela DST Solar, que integra várias empresas e entidades do sistema científico nacional, com investimento de mais de oito milhões de euros, para estudar a descarbonização das cidades, a integração de energias renováveis e a mobilidade elétrica, além do desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento..Na Efaflu, a aposta foi também na instalação de fotovoltaicos, o que permitiu reduzir em cerca de metade o consumo de eletricidade da rede desta produtora de sistemas de bombagem e de ventilação da Póvoa de Varzim. Além disso, o grupo, que tem também a Universal Motors, que fabrica motores para fabricantes de equipamentos, investiu quatro milhões de euros numa nova unidade fabril, pensada há cinco anos, mas inaugurada há dois, e toda ela construída numa lógica de eficiência energética. "Estamos na crista da onda da eficiência energética. Não podemos competir exclusivamente pelo preço, temos de nos destacar por esta via", diz António Ricca, responsável da empresa. A preocupação ambiental levou também o empresário a arborizar 2,5 hectares de espaço verde atrás da fábrica. É bom para os colaboradores, que têm um bosque para almoçar ou relaxar, e nós temos mais de uma centena de árvores de grande porte, o que, em termos ambientais, também ajuda", frisa..Na área dos transportes, o grupo Rangel já assumiu o objetivo de iniciar em 2021 a conversão da frota operacional de combustíveis fósseis para veículos híbridos do tipo plug-in, assegurando em simultâneo o rigor na manutenção de toda a frota automóvel como forma de mitigação do agravamento nas emissões de CO2. Segundo Helena Costa, corporate integrated systems manager, a Rangel estabeleceu um conjunto de ações a concretizar a curto, médio e longo prazo a nível ambiental e energético..Até ao final de 2021, o grupo pretende finalizar o projeto de melhoria da eficiência energética, iniciado já em 2018, que integra a substituição das luminárias e/ou lâmpadas por LED. Já a médio prazo, quer instalar equipamentos de produção de eletricidade solar, assim como implementar sistemas de gestão técnica na iluminação e nos sistemas de ar condicionado..Em simultâneo, mantém o foco na gestão dos resíduos, com vista a aumentar o nível de reciclagem para próximo dos 100%, e na sensibilização dos colaboradores para a relevância da contribuição individual na redução dos consumos dos recursos e consequentemente das emissões de CO2.
Painéis solares, mobilidade elétrica, redução das emissões de gases de efeito estufa, de tudo um pouco têm feito as empresas portuguesas para ajudar na transição energética. A consciência ambiental vai fazendo o seu caminho, mas Portugal ainda só tem quatro empresas na "A List" do CDP - Carbon Disclosure Project, organização não governamental de referência nos mercados de capitais pela classificação da performance ambiental de empresas e cidades, mesmo assim são mais três do que em 2019, quando apenas a EDP figurava neste exigente ranking. Os CTT, a Navigator e a Sonae foram as subidas de 2020. Jerónimo Martins, NOS, BCP e GALP estão já no nível A-, sendo fortes candidatas a chegar à "A List" em breve..Contribuir para a descarbonização da economia, aumentar a capacidade de produção renovável, reforçar as soluções de eficiência energética e apostar em inovação são os grandes pilares da estratégia de ação climática da EDP, definida ainda antes da COP 21, conferência de que resultou o Acordo de Paris. Um caminho que "tem sido feito, com permanente atualizações e reforços das metas ambientais", diz fonte oficial da empresa, lembrando a antecipação do fecho das centrais a carvão na Península Ibérica, entre as quais a de Sines, já a partir de 2021. E que contribuirá para cumprir o objetivo da empresa de reduzir as suas emissões de CO2 em 90% até 2030, em comparação com os níveis de 2015..Paralelamente, a EDP continua a investir na expansão das energias limpas, que já representam 74% da produção atual da empresa. E o objetivo é que chegue a 90% até ao final da década. Uma aposta que envolve as renováveis, mas, também, as soluções de eficiência energética, como a instalação de energia fotovoltaica e painéis solares em clientes ou os incentivos à mobilidade elétrica, entre outros. O objetivo, com a criação de produtos e serviços mais eficientes, é que os consumidores "obtenham poupanças de energia da ordem dos 5 TWh até 2022"..A companhia comprometeu-se, no seu último plano estratégico, apresentado em 2019, a aplicar 75% dos seus investimentos totais, orçados em 12 mil milhões, nas renováveis, objetivo que o grupo garante que "tem sido cumprido, em paralelo com a aposta contínua em projetos inovadores", de que o parque eólico flutuante offshore Windfloat Atlantic, ao largo de Viana do Castelo, é um dos exemplos. Sem esquecer a investigação de novas soluções, como é o caso da produção de hidrogénio verde..Consciente de que a transição energética é "urgente e prioritária", a Galp lembra, no entanto, que há que garantir que essa transição é "ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente equilibrada". E, por isso, nos últimos cinco anos, "acelerou o caminho" para assegurar "a resiliência e diversidade" do seu portefólio energético, alinhando a descarbonização com a "garantia de que infraestruturas críticas para a economia nacional e para o bem-estar social" continuam ao serviço da comunidade durante este processo de transição..Só no seu aparelho refinador, a Galp vai investir 60 milhões de euros, até 2023, em projetos de ecoeficiência para reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa, valor que acresce aos 23 milhões já investidos na mesma área nos últimos três anos. "Com estes dois investimentos, as emissões evitadas até 2023 vão ultrapassar as 150 mil toneladas de CO2", diz a empresa. E não só obteve, uma vez mais, a classificação de empresa mais sustentável da Europa no seu setor em 2020, e a terceira melhor a nível mundial, de acordo com os critérios do Dow Jones Sustainability Indices, como atingiu o nível de leadership, com a classificação A-, superior tanto à média regional de C da Europa como à média B do setor oil & gas mundial na avaliação anual do CDP..Além disso, a empresa presidida por Carlos Gomes da Silva tem vindo a dar "passos muito robustos" na área das renováveis: a conclusão, já neste ano, do acordo de compra do parque solar da ACS em Espanha permitiu à Galp ascender ao lugar de principal operador solar na Península Ibérica. E está a avaliar "vários projetos e soluções" para aumentar a eficiência energética das suas atividades, bem como para a "produção de formas de energia de baixa intensidade carbónica", caso dos biocombustíveis a partir do coprocessamento de matérias-primas recicladas ou o hidrogénio. Sem esquecer as novas unidades de negócio, como a flow, na mobilidade sustentável, ou a energia independente, para fomentar o autoconsumo solar das famílias..Para a Sonae, "a proteção do planeta é estratégica". O grupo liderado por Cláudia Azevedo integra há mais de duas décadas o Conselho Económico Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e, num compromisso com a sustentabilidade, fez parte do grupo inicial de empresas que assinaram o Acordo de Paris e aderiram ao manifesto lançado pela plataforma Business for Nature, que exige uma ação rápida e coletiva para proteger os recursos naturais e reverter a deterioração do planeta, recorda fonte oficial. Nesta semana, a Sonae recebeu a distinção máxima do CDP, ao integrar a "A List" pelas iniciativas de combate às alterações climáticas. A entrada na "A List" é "um feito ao alcance de apenas 3% das mais de nove mil empresas avaliadas em todo o mundo", sublinha a mesma fonte..Também neste ano, o grupo português estabeleceu o objetivo de atingir a neutralidade carbónica das operações em 2040, antecipando em dez anos a meta definida pela União Europeia. Para isso, a Sonae está a trabalhar na redução de 54% das emissões próprias, tendo em curso um conjunto de medidas de eficiência e de transformação, como são exemplo o aumento do recurso a energias de fonte renovável, através de compras ou produção local, a eletrificação das frotas de veículos e do e-commerce, um programa de substituição de gases frigogénicos das centrais de frio, a compensação carbónica no caso das emissões não evitáveis, entre outras..Como afirmou recentemente Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, "o planeta não pode esperar mais", mas "ainda estamos a tempo: com a implementação de ações concretas e imediatas de redução da pegada ecológica, é possível parar a atual destruição do planeta e assegurar a sua sustentabilidade, deixando um melhor legado para as gerações futuras"..São duas as matérias-primas necessárias numa fundição: o alumínio (ou outro metal qualquer) e a energia para o fundir. E, por isso, a fatura energética é algo de "muito pesado" nesta indústria. Joaquim Almeida, responsável da Fundiven, estima um gasto mensal da ordem dos 50 mil euros. Há dois anos, a empresa substituiu o gás propano por gás natural nos fornos e aproveitou o projeto que submeteu ao Portugal 2020 para substituir grande parte do seu parque de máquinas por equipamentos ecoeficientes, e que consomem, em média, 40% a menos de energia e para instalar um parque fotovoltaico de 600 kVA. Mesmo assim ainda não conseguiu assegurar a autonomia da unidade, especializada no fabrico de peças técnicas para a indústria automóvel e de gás, entre outras. "Precisaria de quadruplicar a área de painéis, mas o espaço que temos já nem é eficiente para esse fim", diz o empresário, que estima em 1,5 a dois milhões de euros os investimentos realizados na fábrica diretamente ligados à vertente ambiental..Mas não se fica por aqui. A Fundiven tem a vantagem de trabalhar o alumínio, uma matéria-prima "quase infinitamente reciclável", o que ajuda a fechar o ciclo, mas, além disso, "há muitos anos" que os acionistas da Fundiven, uma unidade familiar, vêm investindo na floresta, contando já com mais de um milhão de árvores plantadas..A partir de 1 de janeiro de 2021, está interdita a circulação de camiões Euro I, II, III e IV (os mais poluentes) dentro das infraestruturas dos portos de Leixões e Viana do Castelo. Só o porto de Leixões recebe diariamente mais de 1500 viaturas de transporte de mercadorias - 27% das quais estão classificadas como muito poluentes -, que libertam 1189 toneladas de CO2 para a atmosfera..Esta medida de descarbonização, que deverá garantir uma redução de 50% da poluição, foi alvo de um protocolo firmado nesta semana entre a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM). O acordo prevê também a redução dos tempos das operações, como o levantamento e a entrega de contentores marítimos, por forma a reduzir a emissão de gases para a atmosfera e o ruído provocado pela circulação e pela atividade dos camiões dentro dos portos..Este protocolo, assinado num momento em que se assinalam cinco anos desde a aprovação do Acordo de Paris, é mais uma ação das que a APDL tem vindo a implementar para melhorar a qualidade do ar da área portuária e envolventes, e minimizar os impactos e reduzir a pegada ambiental da atividade dos seus portos. A APDL está "a desenvolver um verdadeiro roteiro para a descarbonização, com um conjunto de medidas que visam reduzir a pegada ecológica da nossa atividade, até 2030", sublinha Nuno Araújo, presidente da infraestrutura portuária..O DST Group identificou já há muito tempo a economia do ambiente e a sustentabilidade como matérias estratégicas para o seu negócio no futuro. "A racionalização dos consumos de energia e a produção de energia, com base em fontes renováveis, são essenciais, tanto do ponto de vista da competitividade do grupo como do contributo que queremos dar para o combate às alterações climáticas", sublinha fonte oficial do grupo português de engenharia e construção. Por isso, tem sido feito um esforço de monitorização dos consumos de energia elétrica e de otimização do funcionamento dos equipamentos de AVAC, de ar comprimido e de iluminação, mas também na área da produção de energia renovável. Neste domínio, o grupo está envolvido na constituição de uma Comunidade de Energia Renovável, que integrará três centrais fotovoltaicas, com capacidade instalada de 800 kW. O projeto vai garantir uma produção de energia elétrica, em ano médio, de 1.080 MWh, que corresponderá a evitar a emissão de 278 toneladas de CO2 por ano, e a aproximadamente 30% dos consumos de energia do campus industrial do DST Group. Este plano, que deverá estar concluído no próximo ano, implica um investimento da ordem de um milhão de euros..Desde 2017, o grupo liderado por José Teixeira tem em funcionamento uma plataforma de carsharing que, até ao final de 2019, permitiu evitar a emissão de 135 toneladas de CO2, através da partilha de carro pelos trabalhadores, recorrendo a uma plataforma eletrónica desenvolvida internamente. O DST Group tem também investido na integração de novas formas de mobilidade, como trotinetes elétricas para deslocação entre obras e dentro do campus, a que se soma a aquisição de veículos elétricos. Recentemente, viu aprovado um projeto, liderado pela DST Solar, que integra várias empresas e entidades do sistema científico nacional, com investimento de mais de oito milhões de euros, para estudar a descarbonização das cidades, a integração de energias renováveis e a mobilidade elétrica, além do desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento..Na Efaflu, a aposta foi também na instalação de fotovoltaicos, o que permitiu reduzir em cerca de metade o consumo de eletricidade da rede desta produtora de sistemas de bombagem e de ventilação da Póvoa de Varzim. Além disso, o grupo, que tem também a Universal Motors, que fabrica motores para fabricantes de equipamentos, investiu quatro milhões de euros numa nova unidade fabril, pensada há cinco anos, mas inaugurada há dois, e toda ela construída numa lógica de eficiência energética. "Estamos na crista da onda da eficiência energética. Não podemos competir exclusivamente pelo preço, temos de nos destacar por esta via", diz António Ricca, responsável da empresa. A preocupação ambiental levou também o empresário a arborizar 2,5 hectares de espaço verde atrás da fábrica. É bom para os colaboradores, que têm um bosque para almoçar ou relaxar, e nós temos mais de uma centena de árvores de grande porte, o que, em termos ambientais, também ajuda", frisa..Na área dos transportes, o grupo Rangel já assumiu o objetivo de iniciar em 2021 a conversão da frota operacional de combustíveis fósseis para veículos híbridos do tipo plug-in, assegurando em simultâneo o rigor na manutenção de toda a frota automóvel como forma de mitigação do agravamento nas emissões de CO2. Segundo Helena Costa, corporate integrated systems manager, a Rangel estabeleceu um conjunto de ações a concretizar a curto, médio e longo prazo a nível ambiental e energético..Até ao final de 2021, o grupo pretende finalizar o projeto de melhoria da eficiência energética, iniciado já em 2018, que integra a substituição das luminárias e/ou lâmpadas por LED. Já a médio prazo, quer instalar equipamentos de produção de eletricidade solar, assim como implementar sistemas de gestão técnica na iluminação e nos sistemas de ar condicionado..Em simultâneo, mantém o foco na gestão dos resíduos, com vista a aumentar o nível de reciclagem para próximo dos 100%, e na sensibilização dos colaboradores para a relevância da contribuição individual na redução dos consumos dos recursos e consequentemente das emissões de CO2.