Embaixadas do Brasil, incluindo a de Lisboa, correm risco de ficar sem luz

Seis embaixadas brasileiras no exterior, incluindo a de Lisboa, escreveram ao governo brasileiro alertando sobre a possibilidade iminente de sofrerem cortes de energia elétrica por atrasos no pagamento, informa a imprensa brasileira.
Publicado a
Atualizado a

De acordo com o diário "Folha de São Paulo", diplomatas brasileiros em Portugal, Japão, Guiana, Benin, Estados Unidos e Canadá enviaram telegramas à sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em Brasília, para informar sobre a situação.

Os funcionários terão relatado ainda falta de recursos para comprar material básico de escritório, como papel para impressora e serviços essenciais como aquecimento e internet, entre outros.

Segundo o mesmo diário, muitas representações não recebem há quase dois meses a transferência para esse tipo de gastos - que cobre despesas tanto nas embaixadas quanto nas residências oficiais.

Já as avenças dos diplomatas não estão em questão porque fazem parte de outra dotação orçamental

O atraso estará relacionado com um decreto emitido pela Presidente Dilma Rousseff no início deste mês, que prevê cortes no orçamento além de estabelecer gastos mínimos durante o mês de janeiro, até que a Lei Orçamentária para 2015 seja aprovada pelo Congresso.

Numa circular enviada na quarta-feira aos diplomatas brasileiros, o Ministério das Relações Exteriores anuncia que o governo enviará, ainda este mês, recursos para cobrir as obrigações trabalhistas e o suficiente para parte das contas em atraso.

Entre 2003 (Governo Lula da Silva) e 2013 (terceiro ano do mandato Dilma Rousseff), a participação do ministério das Relações Exteriores no Orçamento geral do governo caiu pela metade, passando de 0,5 por cento, para 0,27 por cento, de acordo com a "Folha de São Paulo".

Muitos analistas políticos têm falado em crise e descrédito no Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores brasileiro).

O atraso no pagamento de compromissos internacionais tem atingido outras áreas, incluindo as doações feitas a entidades das Nações Unidas.

De acordo com o diário "Estado de São Paulo", o Brasil acumula uma dívida de mais de 6 milhões de dólares (5,3 milhões de euros) com o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia.

Em função do débito, o Brasil teve suspenso o seu direito a voto na Assembleia dos Estados-membros do Tribunal.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt