Eleições antecipadas em Itália? "Fake news", diz Salvini

"Chumbo" de Bruxelas ao Orçamento italiano pode fazer cair governo. Liga está a favor de eleições antecipadas, mas o líder do partido, que é também o ministro do Interior, diz que as notícias são falsas
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Itália apresenta esta quarta-feira um novo orçamento à aprovação de Bruxelas, mas a proposta não prevê um défice abaixo dos 2,1%, o que deverá levar a Comissão Europeia a abrir um processo de infração ao governo italiano. Perante a "derrota" do primeiro-ministro Giuseppe Conte, a imprensa italiana dá conta de uma possível crise do governo, que fará cair o Executivo e seria, de acordo com os analistas, uma oportunidade para os partidos populistas - que fazem parte da coligação no governo - conseguirem maior destaque no xadrez governativo. O governo de Giuseppe Conte resulta de uma coligação entre o movimento anti-sistema Cinco Estrelas e os nacionalistas de extrema-direita da Liga.

Recorde-se que, numa decisão inédita, Bruxelas "chumbou" a proposta de orçamento italiana, que propunha um défice de 2,4% do PIB - abaixo dos 3% previstos nas regras da zona euro. Mas Itália tem a segunda maior dívida da zona euro - 131% do PIB.

A Liga, liderada pelo controverso Matteo Salvini - vice-primeiro-ministro com a pasta do Interior - é, segundo as últimas sondagens, o partido mais popular entre os italianos, ultrapassando mesmo o Movimento 5 Estrelas, liderado por Luigi Di Maio, que é também vice-primeiro-ministro no governo de Conte.

Porém, foi o próprio Salvini quem veio desmentir a possibilidade de serem convocadas eleições antecipadas: "fake news", disse, citado pela agência Ansa.

Mas o La Repubblica escreve que o líder da Liga já teria mesmo escolhido o fim de semana de 10 de março de 2019 para a realização de eleições. "Diz-se que praticamente toda a gente da Liga que está no governo defende um regresso às urnas", refere o mesmo jornal, citando fontes anónimas do partido de Salvini.

Um cenário de eleições antecipadas colocar-se-ia perante a impossibilidade de formar uma nova coligação governativa, caso Salvini decidisse abandonar o Executivo, o que o obrigaria o presidente italiano, Sergio Mattarella, a convocar novas eleições.

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