Ele é o Rato Mickey (ou quase...)

Jay Baruchel conta ao DN como foi a rodagem de 'O Aprendiz de Feiticeiro'
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Tudo começou com o poema de Goethe Der Zauberlehrling, escrito em 1797. Cem anos depois, inspirado neste poema, o francês Paul Dukas compôs L'Apprenti Sorcier. Seguiu-se Walt Disney, que, baseado na música e no poema, criou uma pequena animação,O Aprendiz de Feiticeiro, para aquilo que viria a ser Fantasia e onde o Rato Mickey é o jovem aprendiz.

Agora, da cabeça de Nicolas Cage saiu a ideia de criar uma versão em imagem real, onde ele é o feiticeiro e Jay Baruchel… o Rato Mickey. Mas como O Aprendiz de Feiticeiro (já em cartaz) é uma produção de Jerry Bruckheimer, não há música clássica mas sim uma enxurrada de efeitos visuais, explosões e uma intriga que nos transporta à Nova Iorque dos nossos dias, onde um jovem universitário (Baruchel) é escolhido pelo feiticeiro Balthazar Blake (Cage) para se tornar aprendiz dele e proteger a cidade de um outro feiticeiro malvado. Um conceito que se transformou numa comédia de fantasia ao gosto juvenil dos nossos dias, realizada por Jon Turteltaub, antigo colega de escola de Cage e responsável pelos sucessos de O Tesouro, partes I e II.

Em Barcelona, num hotel de luxo asiático, encontramos Jay Baruchel, o canadiano que está prestes a ser o novo ídolo teen da comédia americana depois de filmes como Ela é Demais para Mim ou Um Azar do Caraças.

Quanto a ser a versão de carne e osso do Rato Mickey, Baruchel sorri: "O que eu não queria era ser o culpado de ter estragado uma das mais bem-amadas memórias do cinema, Fantasia. Mas claro que fiquei assustado quando me deram o papel! A responsabilidade era enorme. Quis ser sempre fiel ao Rato Mickey. Aproximei-me deste papel com reverência religiosa. E sinto que O Aprendiz de Feiticeiro tem um apelo universal. Aqui na Europa noto uma maior boa vontade para com esta fantasia do que nos EUA. Talvez os europeus percebam melhor o que nós quisemos fazer". (No mercado americano, o filme não foi propriamente um campeão de bilheteiras.)

Sobre a política de Hollywood de refilmar clássicos ou actualizá--los, o actor diz que depende dos casos: "O próprio Hitchcock quis refazer O Homem que Sabia Demais. É preciso ter em conta que certos filmes tiveram algumas limitações, e na altura não foi possível fazer melhor, mas claro que nunca se deve fazer um remake de um clássico que todos adoram e que já é perfeito". Seja como for, volta a lembrar que O Aprendiz de Feiticeiro é tudo menos um remake.

E será que este jovem de 28 anos, que afinal é mais velho do que as personagens que interpreta, sente a pressão de ter que ser sempre cómico? "Não, nenhuma. Só tenho pressão para entrar nos filmes que quero ver. Só nos EUA é que faço comédias de forma sucessiva. No Canadá estou mais ligado ao cinema de autor, e nunca irei abandonar a minha pátria. Gosto muito do cinema lá da terra, o David Cronenberg é um dos meus heróis".

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