A Efacec - Indústria e Serviços está a rever em alta a sua estimativa de crescimento até 2008. Actualmente, a perspectiva é de uma duplicação do volume de vendas até 2008, mas Martins de Carvalho, administrador-delegado daquela divisão do grupo Efacec, conta atingir o objectivo ainda antes da data prevista. Uma parte "significativa" desse crescimento será obtida por via da aquisição de uma empresa nacional da área de transportes, um negócio que está ainda numa fase de ultimação e que a Efacec não quer, para já, revelar. Seja como for, a conta de resultados da Efacec - Serviços foi, em 2004, de 70 milhões de euros, pelo que a perspectiva - que poderá ser conservadora - é atingir os 140 milhões dentro de três anos..A aquisição da nova empresa segue-se a outras duas ocorridas desde o final do ano passado, que envolveram a ATN (área de mecânica) e uma parte da Engimais (área de projecto, adquirida ao Grupo Mello). Estas aquisições, bem como a terceira ainda não divulgada, "justificam-se porque eram áreas em que nos faltavam competências", referiu Martins de Carvalho em declarações ao DN.."A Efacec distingue-se por ter competências variadas na área industrial e de serviços, somos uma empresa sistémica, que entrega projectos chave-na-mão", refere Martins de Carvalho. "Se o cliente não quer determinado projecto exactamente da maneira como sai da gaveta, nós temos capacidade para o mudar, e daí o nosso sucesso em alguns mercados", assegura o administrador-delegado. Para queimar etapas, foram decididas estas aquisições em áreas cujo domínio interno não era total..Curiosamente, a Efacec - Indústria e Serviços (num grupo em que a internacionalização está na ordem do dia) não está focalizada no estrangeiro. "Consideramos que há ainda um grande potencial de crescimento a nível nacional", explica Martins de Carvalho. "Vamos esperar até ter este mercado consolidado", diz. .Um negócio em que o interesse da Efacec está a dar resultados é o das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Ainda hoje, segundo o DN apurou, deverá ser anunciada a vitória da empresa no concurso para a ETAR de Espinho, no valor de 5,4 milhões de euros. .Menos interessante tem vindo a tornar-se o negócio de exploração e distribuição de água. "Alienámos a nossa participação na concessão da Figueira da Foz e estivemos para sair de Cascais", refere. As alterações de política em relação ao sector durante os últimos sete anos revelaram que as premissas que levaram ao investimento "não se verificaram". "Como se trata de um investimento financeiro de longo prazo, o retorno é curto", explica..Ao nível de retorno financeiro e de risco do investimento, aliás, Martins de Carvalho tem ideias claras. Por exemplo, "temos muitos negócios em Angola e podíamos ter mais, mas enquanto a consolidação financeira não for maior não vale a pena avançar", adianta. Já ao nível nacional não têm razão de queixa dos grandes clientes, entre os quais se incluem algumas empresas públicas. "O Estado, no entanto, é dos que pagam pior". A este nível, os hospitais públicos são os que, em regra, mais se atrasam..Pretendendo estar presente em todos os níveis - a tal noção sistémica -, a Efacec entrou já na área financeira, juntamente com a Caixa - Banco de Investimentos, formando a Efacec - Investimentos e Concessões. Por outro lado, ao nível do fabrico de componentes, a ordem é para retrair. "A Efacec já fabricou 100% dos produtos e hoje em dia só tem 40%", afirma Martins de Carvalho. Depois de terem abandonado áreas de menor valor acrescentado ou de tecnologia menos avançada, como os elevadores ou os motores eléctricos, são hoje uma das três empresas mundiais com capacidade para robotizar grandes armazéns, tendo já recebido encomendas de bancos centrais, forças armadas ou grandes papeleiras. Para além disso, a Efacec está neste momento a trabalhar em componentes para o satélite europeu..A empresa terminou o primeiro trimestre com vendas de 70 milhões de euros, mais 18% que no período homólogo anterior, e conta, ao que o DN apurou, fechar 2005 com um volume de negócios de 325 milhões, mais 8,3% que no ano passado.