EDP Renováveis fez a maior OPS do mundo nas eólicas

A oferta pública de subscrição da EDP Renováveis foi a maior do mundo no ramo da energia eólica em 2008, revela o relatório "Tendências Globais sobre Investimento em Energias Sustentáveis 2009", da ONU.
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"A portuguesa EDP aproveitou uma janela de oportunidade para lançar uma oferta pública de subscrição [OPS, para 25 por cento do capital] da EDP Renováveis, conseguindo, no Verão de 2008, angariar 1,57 mil milhões de euros", assinala o relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente.

Apenas a espanhola Iberenova, subsidiária da Iberdrola para o ramo das eólicas, ficou à frente da EDP, pois a oferta pública de subscrição que lançou no final de 2007 valeu-lhe um encaixe de 4,7 mil milhões de euros.

A este propósito e cingindo-se apenas a 2008, o documento destaca ainda que, "muito graças ao negócio da EDP Renováveis", as empresas de energia eólica angariaram, em todo o mundo, "uns respeitáveis 2,09 mil milhões de euros".

Aliás, uma comparação dos mercados bolsistas em que as empresas de renováveis angariaram dinheiro novo mostra que o negócio da EDP bastou para que a Euronext de Lisboa superasse a bolsa de Nova Iorque e o Nasdaq.

Ainda de acordo com o documento, Portugal foi, no ano passado, o segundo país com maior novo investimento de mercado público por parte de empresas nacionais, atingindo um valor total de 1,7 mil milhões de euros.

A liderar esta tabela está a China, o maior produtor de painéis fotovoltaicos (com 95 por cento da produção a serem dirigidos para exportação), onde o investimento atingiu os 1,83 mil milhões de euros.

O relatório assinala também que, no final de 2007, as empresas de energia - percebendo que o mercado de capitais distinguia entre novas e velhas energias - colocaram os seus sectores de renováveis no mercado como entidades autónomas, cotando-as muito acima das outras.

"Se a EDP tivesse tentado fazer um aumento de capital com uma oferta pública de acções da casa-mãe, os investidores teriam avaliado os ganhos do negócio das renováveis como uma fracção do valor total", indica o documento.

A mais-valia da separação prende-se com o facto de "os investidores olharem para o negócio das energias renováveis como tendo um potencial de crescimento muito superior ao da energia tradicional".

Assim, "mesmo com as acções das renováveis a serem mais afectadas do que outros títulos, as empresas deste sector estão avaliadas acima das respectivas casas-mãe", lê-se no relatório.

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