Editoras apertam o cerco à pirataria na Internet

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Música. Cada faixa de música digital vai passar a ser acompanhada por um código de identificação que permite seguir, a par e passo, o seu caminho desde o 'download' à sua posterior utilização. Editores e empresas de equipamentos e 'software' vão usar este sistema contra os piratas 'online'

As quatro maiores editoras discográficas (Sony, EMI, Universal e Warner) e os fabricantes de equipamentos e software (Nokia, Apple, Microsoft e Google) formaram uma megaaliança com o objectivo de combater a pirataria online de música. Durante cinco dias em Madrid mais de 30 empresas envolvidas no mercado da música digital, integradas na Digital Data Exchange (DDEX), delinearam um novo programa de combate à pirataria, que visa a criação de códigos de identificação na música digital.

Desta forma, cada música terá associada a si "uma chave complexa de 30 números, semelhante à dos códigos de barras dos produtos", avançou o jornal espanhol Expansión. Esta medida vem permitir assim que todos os envolvidos neste sector tenham informação a respeito de qualquer música que é descarregada em qualquer parte do mundo. Isto é, a indústria discográfica e empresas fabricantes de software e hardware terão conhecimento de quando, onde e como é feito o download de cada música, graças a esta chave semelhante a um código de barras.

Este sistema vai possibilitar ainda aos gestores de direitos saber quantas vezes as músicas são ouvidas e os produtores de conteúdos poderão controlar o uso dos produtos que comercializam.

Para Tozé Brito, que durante anos comandou os destinos da Universal em Portugal, esta medida é apenas "um dos primeiros passos" que estão a ser tomados. "Esta é uma medida que visa controlar e acabar com os uploads [o colocar de músicas na Internet], porque há quem faça downloads legais e para uso próprio", disse ao DN. E lembrou ainda uma outra medida de combate à pirataria, que considerou "mais importante". Esse outro plano visa o corte do acesso à Internet aos piratas online. Actualmente, a Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) encontra-se em negociações com os fornecedores de acesso à Internet, também conhecidos como ISP, de forma a poder colocar em prática esta medida, que na França é objecto de forte apoio governamental. Esta forma de combate à pirataria de música na Internet prevê, numa primeira fase, duas notificações aos "piratas". Caso estes continuem as suas acções ilegais, então o acesso à Internet será suspenso.

A Recording Industry Association of America - equivalente legal à Associação Fonográfica Portuguesa - revelou que vai seguir este tipo de resposta gradual à pirataria de música.

As vendas mundiais de música desceram em 2008. Os downloads legais aumentaram. Todavia, segundo o Expansión, apesar do crescimento do mercado da música digital, actualmente 95% dos downloads que são feitos ainda são ilegais.|

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