Edifício da Tabaqueira recuperado na renovação de Braço de Prata

A renovação do antigo edifício da Tabaqueira em Marvila (Lisboa) recebeu uma primeira luz verde para avançar. Vai ter apartamentos e comércio.
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Um ano após o chumbo de um pedido de informação prévia, a autarquia liderada por Fernando Medina aprovou, no início de agosto, a nova proposta de reconstrução e relocalização do antigo edifício da Tabaqueira, construído em 1927 por iniciativa do industrial Alfredo da Silva, atualmente abandonado e que integrado no projeto de renovação da zona lisboeta de Braço de Prata, em Marvila.

Esta renovação, que inclui a construção de dois edifícios destinados a habitação e comércio, foi aprovada na reunião de câmara que teve lugar a 4 de agosto com os votos a favor do PS (6), PPD/PSD (2) e dos dois vereadores independentes e contra do CDS/PP (4), PCP (2) e Bloco de Esquerda (1).

Na nota em que é divulgada a decisão o vereador responsável pelo urbanismo, Ricardo Veludo, sublinha tratar-se esta de uma "operação urbanística relevante para a consolidação de uma área em franca transformação urbana que prevê também a relocalização e reconstrução do antigo Pavilhão da Empreza Industrial Portuguesa, um bem imóvel da Carta Municipal de Património, que vem permitir uma maior e melhor fruição pública".

Nesse comunicado a autarquia recorda que tinha sido apresentado em julho do ano passado "um pedido de informação prévia que foi indeferido pela autarquia por incumprimento do Regulamento Diretor Municipal de Lisboa e do Regulamento Geral das Edificações Urbanas". O que foi ultrapassado nesta nova proposta que, de acordo com a câmara, apresenta uma implantação do edifício que "deixa de conflituar com o sistema de vistas, que integra os alinhamentos das restantes frentes urbanas e não constitui incompatibilidades com o RGEU, no que se refere à relação altimétrica com os edifícios envolventes, mas também no que diz respeito às características da construção".

Abandonado há muito, o edifício da Tabaqueira - que durante anos serviu a indústria do tabaco - foi construído para a Exposição Industrial de 1888, que teve lugar na Avenida da Liberdade. Foi o protótipo de edificação com arquitetura em ferro fundido e é uma das marcas do século passado deixadas na capital portuguesa.

O seu pórtico de ferro trabalhado da entrada principal é o seu principal destaque, além da construção em tijolo. Elementos que terão de ser recuperados no projeto que agora, depois de aprovado o pedido de informação prévia, terão de apresentar.

As obras do complexo, cujo primeiro pedido prévio foi entregue na câmara a 19 de julho de 2019, foram projetada pelo arquiteto genovês Renzo Piano, autor do Centro Georges Pompidou (Paris) que numa entrevista ao DN, em junho de 2017, dizia esperar que "o Braço de Prata não seja só para pessoas especiais".

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