EasyJet admite que "pior já passou" mas... "nunca se sabe"
A companhia aérea low-cost easyJet vai alocar mais um avião à base sazonal de Faro a partir do próximo verão, criando assim 30 postos de trabalho diretos. A base da transportadora no sul do País vai passar a contar com um total de quatro aeronaves. A low-cost britânica anunciou ainda que vai colocar mais quatro aviões em duas das suas bases sazonais em Espanha: dois em Málaga e dois em Palma de Maiorca.
Johan Lundgren, CEO da easyJet, assumiu que o bom desempenho que estas operações tiveram neste verão justificam o investimento. O líder da companhia admite também que o pior da crise que assolou a aviação europeia e mundial já deverá ter passado, mas alerta para os efeitos que eventuais restrições - com vista a combater a evolução da pandemia - podem vir a ter sobre o setor. "Investimos em cinco aviões em bases sazonais. São dois em Málaga, dois em Palma de Maiorca e um em Faro. Fizemo-lo porque vimos que foram bem-sucedidos durante este verão", disse o presidente executivo da companhia, numa conferência de imprensa à margem de um evento da Airbus, em Toulouse, França.
A partir do próximo verão, a easyJet terá assim quatro aviões em Faro, ficando a frota em Portugal com 13 aviões: cinco na base de Lisboa e quatro no Porto. Com a alocação de mais uma aeronave a Faro, vão ser criados 30 postos de trabalho que se juntam aos cerca de 50 criados aquando do lançamento da base, algo que oficialmente aconteceu em junho. Em Portugal, a easyJet emprega atualmente mais de 425 pessoas, todas ao abrigo de contratos locais e negociados com sindicatos industriais portugueses.
"Acho que o pior [da crise] já passou mas creio que também é justo dizer que nunca se sabe o que vai acontecer com as restrições", acrescenta o responsável aos jornalistas. A evolução do processo de vacinação é o que leva o CEO da empresa a considerar que o pior já terá ficado para trás e cita os números dos últimos trimestres demonstrando, contudo, algumas reticências quanto às regras mantidas pelo Reino Unido. "Estávamos a voar a 17% da nossa capacidade de 2019 no nosso terceiro trimestre - entre abril e junho para nós - e estamos a falar de 57% no quarto trimestre. É uma imagem mista: é muito melhor fora do Reino Unido e isto é por causa das restrições que o governo colocou em termos de testagem. Na UE, com a introdução do certificado digital, começou a poder-se voar no início de julho sem testes. O governo britânico manteve isso, apesar dos níveis de vacinação serem elevados", assume.
Johan Lundgren também defende que a ideia que existia de que com a pandemia as pessoas iriam voar menos "não é correta", estando já muitos a voar e a própria easyJet conta já com operações que estão em níveis de 2019, como é o caso da de Amesterdão.
A jornalista viajou a convite da Airbus