"E Se Fosse Consigo?". Conceição Lino regressa para falar de preconceitos
Oito programas, oito temas. Racismo, obesidade, homofobia, violência doméstica, violência no namoro, bullying, entre outros. Cinco anos depois, Conceição Lino regressa ao registo de informação com um novo programa, E Se Fosse Consigo?, que se estreia na próxima segunda-feira, dia 18, logo a seguir ao Jornal da Noite, pelas 21.00, na SIC.
Com a duração aproximada de 30 minutos, o formato semanal terá como ponto de partida uma situação ficcionada, na qual vários atores dão vida a cenas de preconceito e intolerância social, em locais públicos, enquanto câmaras ocultas captam as reações das pessoas em redor. "Depois de ter estado no terreno a assistir, acho que faz todo o sentido fazer este tipo de programa, porque há uma dose muito grande de indiferença uns pelos outros. Nós aceitamos coisas que não são aceitáveis, toleramos coisas que não são toleráveis, e falta-nos perceber o significa a palavra respeito", frisou Conceição Lino, na apresentação do seu novo projeto, que decorreu esta quarta-feira à tarde, em Lisboa.
A jornalista, de 50 anos, ficou especialmente "em choque" com "a indiferença que há para com pessoas de mais idade e para com os jovens que sofrem de bullying". "Há situações gravíssimas que ocorrem à vista de muita gente, e deixa-se andar. Houve até alturas em que cheguei ao pé das pessoas e estava mesmo emocionada".
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Depois de exibidas as imagens captadas nas ruas, o debate passa para estúdio, com a participação de vários especialistas e testemunhos de pessoas que passaram por situações de preconceito. "Depois, a partir do momento em que o programa acaba, e até às 22.00, passamos para a SIC Notícias para continuarmos a debater os assuntos", explica a apresentadora.
Ricardo Costa, o novo diretor-geral de informação do grupo Impresa, também esteve presente no evento de apresentação, para sublinhar como este projeto "é muito importante para a programação da SIC". "Há áreas que nós achamos que não estão propriamente exploradas. Este programa permite-nos olhar para uma série de fenómenos de uma maneira mais ousada, mais radical, e permite-nos mexer em temas que não são muitas vezes fáceis de discutir na sociedade portuguesa".
Alcides Vieira, adjunto de Ricardo Costa, corrobora. "Muitas vezes, a forma como abordamos estes temas é politicamente correta. Aqui não, este programa é um murro no estômago das pessoas, mas é feito de uma forma responsável. Nós vamos provocar as pessoas, porque vamos confrontá-las de forma muito nua e crua com os seus próprios preconceitos, medos, indiferenças", assegurou.
O formato, cuja música do genérico é assinada por Carlão e Boss AC, ambiciona chegar "a toda a família". "Pais, filhos, avós... todos devem pensar sobre estes temas", diz a apresentadora. "E Se Fosse Consigo?", perguntámos a Conceição Lino. "Se fosse comigo, pensava um bocadinho nas pessoas à minha volta e não só no meu próprio umbigo. É isso que tenho estado a fazer, até porque este programa também me obriga a isso. E se o virem vão perceber uma coisa: há pessoas maravilhosas, extraordinárias, que intervieram quando tiveram que intervir. Devemos ficar muito contentes por isso", concluiu.