E o caos chegou à superfície...
'O DESPERTAR DOS MORTOS-VIVOS'
Amanhã. Na revisão da obra de George A. Romero dedicada aos zombies, o filme que o tornou famoso parte da velha fórmula do terror claustrofóbico sete pessoas barricam-se numa velha casa de campo enquanto um exército de criaturas mortas-vivas se ergue dos túmulos. O registo gore impressionou muita gente em 1968 e não foi fácil, para George A. Romero, conseguir estrear uma história filmada a preto--e-branco, quando a cor era já dominante em todos os géneros. Passados todos estes anos, a opção parece certeira porque facilita a definição de O Despertar dos Mortos--Vivos como clássico "série B".
'PLAN 9 FROM OUTER SPACE'
Sexta 9. Para quem viu o filme Ed Wood, em que Tim Burton se divertia a contar a história do "pior realizador de todos os tempos", o universo deste clássico paródico (quase inenarrável) não será de todo estranho. Aqui, Ed Wood filma a chegada de um grupo de extraterrestres à Terra que, depois, acaba por formar um artificial exército de zombies. Mais comédia do que obra de terror, Plan 9 From Outer Space é produto de culto de primeira linha, pelo amadorismo dos meios, pela acção que não leva a lado nenhum e por uma desconfortável capacidade de não saber lidar com o ridículo. Com Bela Lugosi.
'ZOMBIE'
Sexta 16. Nunca o cinema ganhou tantas sombras (um recurso de génio para disfarçar o amadorismo dos efeitos especiais) como nos filmes de Jacques Tourneur. Do mesmo realizador de A Pantera, o clássico I Walked With a Zombie (traduzido para português por um lacónico Zombie) revela um tratamento perfeccionista da imagem, com o intuito de aproveitar a aura do terror subtil (aquele que não se vê, mas se pressente nas silhuetas). A acção decorre nas Caraíbas, onde uma enfermeira é encarregada de velar uma mulher com uma estranha doença. Acontece que a dita senhora ganha uma segunda vida.
'shivers'
Sexta 22. David Cronenberg sempre gostou da ideia de metamorfose nos seus filmes e esta base narrativa é, inclusivamente, o tema central da sua primeira grande produção. Dirigido em 1975, Shivers mergulha nas profundezas da mente de um estranho cientista, homem lunático que se suicida após uma bizarra operação (deita ácido sobre os órgãos de uma rapariga) e que se dedica ao uso de parasitas como base para transplantes de órgãos. Qualquer semelhança com A Mosca não é pura coincidência, apesar deste filme ser menos existencialista e mais perverso em matéria de doses de hemoglobina.