Com a entrada no segundo semestre do ano, impõe-se fazer uma análise dos primeiros meses de 2012, bem como definir estratégias para 2013. Portugal vive momentos críticos e não se prevê que 2013 seja muito diferente; sendo a planificação difícil, por consequência da imprevisibilidade dos mercados, não se pode deixar de planear. .Numa época em que a redução de custos é obrigatória, impõe-se a definição de estratégias assertivas e coerentes e é, mais do que nunca, fundamental que se conjuguem esforços para obter os melhores resultados. .Falando diretamente do turismo, um sector que representa 15% do PIB nacional, que gera mais de 400 mil empregos diretos e indiretos, que constitui uma das principais atividades exportadoras de serviços do País, é essencial, de uma vez por todas, que se reconheça a importância deste sector na economia nacional..É com enorme preocupação que registamos uma recorrente penalização do turismo nacional. .São já várias as medidas altamente penalizadoras, como a introdução do pagamento nas Scut, a redução das verbas para a promoção dos grandes eventos ou a criação de taxas turísticas que cobram aos turistas determinado valor por dormida que apenas servem para prejudicar ainda mais o sector. E prejudicar o turismo é prejudicar Portugal..O agravamento fiscal sofrido merece também uma especial atenção. As empresas do sector estão estranguladas financeiramente e este agravamento está a atingir de forma dramática a nossa competitividade. As empresas não estão a conseguir sobreviver a esta realidade, a que se juntam os sucessivos e gravosos custos de contexto. Os empresários e trabalhadores do turismo têm sido resilientes. Mas tudo tem um limite..A medida de redução das verbas de promoção dos grandes eventos é também preocupante. Sem estas verbas, a promoção irá ficar restringida a pequenos eventos que não promovem a competitividade do País face aos mercados concorrentes, não demonstram Portugal como um destino diferenciador. É fundamental a aposta em Portugal e em eventos que demonstrem as nossas potencialidades..Um dos principais eixos de atuação deste mandato da CTP - Confederação do Turismo Português é a promoção turística, que assume um papel fundamental para a competitividade do País enquanto destino turístico. É indiscutível a necessidade de investimento na promoção de Portugal tanto no mercado interno como no externo, pois só assim é possível atrair turistas. Face à crescente competição dos mercados tradicionais concorrentes, bem como dos destinos emergentes, esta promoção exige um enorme profissionalismo e um profundo conhecimento dos mercados e das preferências dos turistas, cada vez mais exigentes face à oferta que se lhes apresenta, à informação de que dispõem e ao momento de crise. .O ambiente económico continua a ser de maior incerteza quanto à evolução económica global e, em particular da Europa, sendo, porém, seguro que os desafios que se vão colocar nos próximos anos no sector empresarial do turismo são enormes, mas não inultrapassáveis. .É necessário que o Governo esteja atento e que ouça as forças vivas do sector como aconteceu com a Lei das Agências de Viagens. Foi com agrado que a CTP viu recentemente o Governo acolher as pretensões de uma das suas associadas, a APAVT. É também de referir o facto de a CTP ter conseguido incluir no importante Acordo de Concertação Social, assinado em janeiro, algumas medidas diretas para o sector do turismo, visto que nas primeiras propostas do Governo não constava nenhum capítulo destinado à atividade económica do turismo. Há ainda muito trabalho a realizar, em especial algumas questões essenciais de carácter laboral e que merecem ser tidas em conta, como a sazonalidade..Em suma, urgem medidas que tenham em conta a realidade do País, do sector e suas empresas. É necessário agir, é imperativo fazer de Portugal um país competitivo. É urgente criar condições de maior competitividade no sentido de permitir às empresas, fortes motores de recuperação económica, que possam dar o seu efetivo contributo para o desenvolvimento do País, garantido e gerando emprego..*) Presidente da Confederação do Turismo Português