É mulher, juíza, tem 46 anos e não é militante do PSOE. Mas é a nova presidente do Senado

A escolha foi do primeiro-ministro Pedro Sánchez e será oficializada na terça-feira. Pilar Vilella Llop, formou-se em Direito, tem as suas raízes numa família humilde, assume-se como independente do ponto de vista político, mas próxima do PSOE, e vai substituir Manuel Cruz, do Partido Socialista da Catalunha, no Senado espanhol.
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Pilar Llop está na política desde 2015, não é filiada no PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), mas, segundo o jornal El Mundo, terá sonhado muitas vezes em assumir "altas responsabilidades" no PSOE. Há quatro anos, o nome da juíza, de 46 anos, especialista em violência doméstica e de género, contra as mulheres, soou pela primeira vez como sendo a número dois de Sánchez no Congresso, mas não foi.

Depois surgiu ainda como hipótese para integrar o governo como titular de pasta de um dos ministérios, mas também não aconteceu. Agora, chegou à presidência do senado espanhol e a comunicação social diz que a sua nomeação "é uma vitória do movimento feminista".

Pilar Llop nasceu em Madrid a 3 de agosto de 1973 e desde julho que é senadora por designação da Assembleia de Madrid, presidente da Comissão de Defesa no Senado, e deputada na Assembleia de Madrid. Especialista em violência doméstica e de género e em cooperação internacional na administração da justiça deu o salto para a política em 2015.

Começou a nível regional, tornando-se deputada da X legislatura da Assembleia de Madrid, dentro do grupo parlamentar socialista, e só mais tarde passou para a política nacional, ao ser nomeada delegada do Governo para a violência de género, cargo que ocupou até abril deste ano.

Quem a conhece destaca-lhe a sua grande "capacidade para o consenso" e o seu "profissionalismo".

Estudou na Universidade Complutense de Madrid, tornou-se especialista em tradução jurídica de inglês-espanhol na Universidade de Alicante.

Como estudante viveu a experiência do programa Erasmus durante o último ano do curso de Direito na Universidade de Viena. Fala fluentemente inglês, alemão, francês e ainda um pouco de italiano e búlgaro.

Em 1999, iniciou funções na magistratura. Foi colocada em diferentes tribunais como juíza de instrução, o que lhe permitiu tomar contacto com a realidade da violência doméstica e de género, contra as mulheres. Em 2004, começa mesmo a assistir voluntariamente a cursos organizados pelo Conselho Geral do Poder Judicial sobre este tipo de violência.

Em 2009, torna-se mesmo uma das juízas especialistas em violência contra as mulheres. De 2011 a 2015 assumiu a chefia do Observatório sobre a Violência Doméstica e de Género e da Comissão para a Igualdade. O seu último destino como juíza, antes de entrar na política, foi o Tribunal de Madrid e num juízo destinado à violência doméstica e de género.

Agora, confirmando-se a sua eleição na terça-feira, será a segunda mulher a presidir ao Senado espanhol, depois de Esperanza Aguirre, que liderou entre 1999 e 2002.

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