E ao terceiro dia Lisboa voltou a tremer
Mais uma vez a terra tremeu, elevando para três o número de abalos que Lisboa sentiu desde segunda- -feira. Um sismo de magnitude 3,2 na escala aberta de Richter foi registado na madrugada de ontem em Portugal Continental, não havendo notícias de vítimas ou danos materiais, anunciou em comunicado o Instituto de Meteorologia (IM).
Com magnitude inferior aos outros dois abalos, o tremor de terra de ontem, registado às 01.48, teve mais uma vez epicentro localizado a cerca de 450 quilómetros a oeste do Cabo de São Vicente, no chamado "Banco Josephine". Apenas estes três foram sentidos pela população, mas outros nove de menor intensidade foram registados nas estações de rede sísmica do Continente. Ou seja, no total 12 sismos em apenas três dias.
"É o que se pode chamar de crise sísmica ou enxame de sismos", disse ao DN José Borge,, do Centro de Geofísica de Évora. "É normal que se registem réplicas dos sismos, e a forma como elas se distribuem no tempo é muito variável", explica o especialista. "O que já se previa e se tem verificado é uma diminuição gradual da magnitude destas réplicas", conclui despreocupado.
Lisboa foi a zona do País onde mais se sentiu o abalo. De grau dois na escala de Mercalli - que mede a intensidade - o sismo terá sido sentido essencialmente por pessoas em repouso nos andares mais elevados dos edifícios. Recorde-se que só a partir do grau três é que, por exemplo, os objectos pendentes baloiçam.
"Não há qualquer motivo de alarme", garantiu Dinora Ramalhete do IM. "As pessoas esquecem-se de que estamos numa zona onde há sempre actividade sísmica. Só que nem sempre é sentida", explica a mesma.
Quanto às previsões para os próximos dias, ninguém pode precisar. "Os sismos são de uma vulnerabilidade que não se pode prever", diz Gisela Oliveira, do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. "Por isso, a Protecção Civil não lança alertas, porque no fundo, tudo pode acontecer." Vera Moura