Duelo entre Loeb e Ogier anima 55.ª edição do Rali de Portugal

A prova lusa, quarta etapa do campeonato do mundo, vai ser disputada entre quinta-feira e domingo, por um recorde de 100 inscritos. Finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) lidera o Mundial de ralis.
Publicado a
Atualizado a

O finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) lidera o Mundial de ralis, mas o duelo entre os franceses Sébastien Loeb (Ford Puma) e Sébastien Ogier (Toyota Yaris) vai concentrar as atenções da 55.ª edição do Rali de Portugal.

A prova lusa, quarta etapa do campeonato do mundo, vai ser disputada entre quinta-feira e domingo, por um recorde de 100 inscritos, entre os quais se destacam os franceses Loeb, vencedor de nove títulos mundiais, entre 2004 e 2012, e Ogier, oito vezes campeão, entre 2013 e 2018, em 2020 e 2021, que este ano participam apenas em algumas provas do Mundial.

O veterano Loeb bateu Ogier, por 10,5 segundos, no primeiro reencontro entre ambos, em Monte Carlo, no arranque do campeonato, após um duelo épico.

Sem a pressão de ter de fazer contas para o campeonato, fica aberta a porta para um duelo mais intenso e menos calculista, estando em cima da mesa a possibilidade de Ogier bater o recorde de vitórias na prova portuguesa.

Neste momento, o piloto da Toyota conta cinco triunfos (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017), tantos quantos tem o finlandês Markku Alen (1975, 1977, 1978, 1981 e 1987), enquanto Loeb venceu apenas por duas vezes o Rali de Portugal (2007 e 2009), ambas no Algarve.

Outro dos pontos de interesse desta quarta ronda do Mundial é o facto de marcar a estreia em pisos de terra da nova geração de carros Rally1, os topo de gama da competição, já com o sistema híbrido que confere potência extra aos motores atmosféricos a gasolina de 1,6 litros, que pode chegar aos 500 cavalos.

Este novo componente implica, também, mais cuidados a ter pelos espetadores, que têm, agora, de observar cuidados adicionais ao aproximarem-se de um carro acidentado.

Devido à possibilidade de descarga elétrica, só se podem aproximar de um veículo híbrido acidentado se as três luzes de sinalização colocadas no tejadilho estiverem verdes. Caso esteja acionada a luz vermelha, há o perigo de descarga elétrica.

Com Loeb e Ogier em 'part time', depois de terem dominado o Mundial entre 2004 e 2021 -- só o estónio Ott Tänak se intrometeu nesta hegemonia, conquistando o título de 2019 -, esta época está aberta a porta ao surgimento de novos valores, como é o caso do finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), filho do antigo piloto Harri Rovanperä, que se tornou no mais novo de sempre a vencer uma prova do Mundial, na Estónia, no ano passado, aos 20 anos.

Agora, com 21 anos, Kalle Rovanperä tenta tornar-se no mais novo campeão do mundo de sempre, e bater o malogrado escocês Colin McRae, que em 1995 conquistou o título, com 27 anos e 109 dias.

Rovanperä, que começou a competir aos 14 anos, chega a Portugal já com quatro vitórias (em 2021 ainda venceu o Rali da Grécia), duas delas já este ano (na Suécia e na Croácia), que lhe valem a liderança isolada do campeonato, com 72 pontos, mais nove do que o belga Thierry Neuville (Hyundai i20).

O piloto da Hyundai já venceu o Rali de Portugal em 2018, assim como o seu colega de equipa, Ott Tänak, que ganhou no ano seguinte, em que se sagraria campeão.

O vencedor de 2021, o britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris) tem mostrado bom andamento ao longo do ano, mas uma grande inconsistência, com desistências em Monte Carlo e na Suécia, que o deixam apenas no nono lugar do Mundial, depois de dois vice-campeonatos (2020 e 2021).

Com o atrativo de assinalar o 50.º aniversário do WRC, o Rali de Portugal terá, ainda, alguns dos carros que fizeram a história do campeonato a desfilar pelas especiais.

A prova começa na quinta-feira, com a disputa da superespecial de Coimbra, terminando no domingo, com a 'power stage' em Fafe, no famoso salto da Pedra Sentada.

Armindo Araújo (Skoda Fabia) parte para o Rali de Portugal de 2022 com a ambição de reforçar a liderança do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) e de ser o melhor piloto luso no final da prova.

Araújo, que já foi por nove vezes o melhor português (incluindo as vitórias à geral em 2003, 2004 e 2006, anos em que a prova não integrou o calendário do Mundial), lidera, após três etapas, o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), com 72 pontos, mais nove do que Miguel Correia (Skoda Fabia), que é segundo, e mais 18 do que Bruno Magalhães (Hyundai i20), terceiro.

A versão CPR do Rali de Portugal encerra na sexta-feira, após nove especiais desenhadas na zona centro do país, com um total de 124,49 quilómetros cronometrados, incluindo as superespeciais em Coimbra e em Lousada.

"O objetivo é vencer na sexta-feira para o CPR, fazer o máximo de pontuação e, se possível, terminar depois o Rali de Portugal como o melhor português", diz Armindo Araújo que é, aos 44 anos, o mais experiente piloto do pelotão nacional, contando já com dois títulos mundiais de Produção (2006 e 2007).

Em declarações à agência Lusa, o piloto natural de Santo Tirso reconheceu que "o dia de sexta-feira vai ser duro", pois "é muito longo" e os pilotos não vão "ter assistência".

"Teremos de ser inteligentes a gerir a mecânica do carro", advertiu o líder do campeonato nacional, que venceu esta prova em 2021 e terminou como o melhor representante nacional.

Além dos três primeiros do CPR, pilotos como o campeão nacional Ricardo Teodósio (Skoda Fabia) ou José Pedro Fontes (Citroën C3) devem ser tidos em conta na luta pela vitória 'nacional', apesar de, nos últimos anos, a batalha mais intensa ter sido travada entre Araújo e Magalhães.

O Rali de Portugal é a quarta das oito provas do calendário do CPR. Armindo Araújo venceu as duas primeiras provas, o Serras de Fafe, Felgueiras, Cabreira e Boticas e o Azores Rallye, enquanto Miguel Correia triunfou no Rali Terras D'Aboboreira, em Amarante.

A 55.ª edição do Rali de Portugal vai ter 338,34 quilómetros cronometrados, divididos por 21 especiais, no centro e norte de Portugal, disputada por uma centena de pilotos, um recorde de inscritos, entre quinta-feira e domingo.

A inclusão de uma superespecial em Coimbra, logo na noite de quinta-feira, é uma das novidades desta edição, quarta ronda do campeonato do mundo (WRC).

Sendo a primeira prova em piso de terra para a nova geração de carros de rali, híbridos, depois do asfalto de Monte Carlo e da Croácia e da neve da Suécia, o tradicional 'shakedown' desenhado em Baltar, no concelho de Paredes, e marcado para quinta-feira, entre as 09:01 e as 14:00, vai servir para as últimas afinações das máquinas.

Os primeiros dos 338,34 quilómetros cronometrados vão ser disputados em Coimbra, com a primeira das três superespeciais, também na quinta-feira, a partir das 19:03.

Após o arranque, segue-se o primeiro dia completo de prova, na sexta-feira, com os três emblemáticos troços no centro do país de Lousã, Góis, Arganil, todas percorridas duas vezes, e Mortágua, antes da superespecial de Lousada.

No sábado, o Rali de Portugal ruma ao norte, com as duplas passagens pelas classificativas de Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, esta última com partida de Mondim de Basto, terminando a jornada com a superespecial do Porto, a segunda da prova em percurso urbano.

O último dia do rali luso contempla as especiais de Felgueiras (por duas vezes), Montim e Fafe (também por duas vezes), tendo a segunda passagem pelo troço fafense o estatuto de 'power stage', premiando os cinco primeiros com pontos adicionais para o campeonato.

O britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris) venceu a edição de 2021 do Rali de Portugal, que tem como recordistas de triunfos o finlandês Markku Alén (1975, 1977, 1978, 1981 e 1987) e o francês Sébastien Ogier (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017).

Além de integrar a edição comemorativa dos 50 anos do WRC, o Rali, que volta a ter na Exponor, em Matosinhos, o parque de assistência, integra o calendário do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), numa competição para os pilotos lusos encurtada até ao final de sexta-feira.

O finlandês Källe Rovanperä (Toyota Yaris), que esta época já venceu na Suécia e na Croácia, as provas que antecederam o Rali de Portugal, lidera a tabela de pilotos, com 76 pontos, mais 29 do que o segundo classificado, o belga Thierry Neuville (Hyundai i20).

Historial de vencedores do Rali de Portugal, quarta prova do campeonato do mundo, que vai ser disputado entre quinta-feira e domingo:

2021: Elfyn Evans/Scott Marin, GB (Toyota Yaris)

2019: Ott Tanak/Martin Järveoja, Est (Toyota Yaris)

2018: Thierry Neuville/Nicolas Gilsoul, Bel (Hyundai i20)

2017: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Ford)

2016: Kris Meeke/Paul Nagle, GB/Irl (Citroen)

2015: Jari-Matti Latvala/Miika Anttila, Fin (Volkswagen)

2014: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Volkswagen)

2013: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Volkswagen)

2012: Mads Ostberg/Jonas Andersson, Nor/Sue (Ford)

2011: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Citroen)

2010: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Citroen)

2009: Sébastien Loeb/Daniel Elena, Fra/Mon (Citroen)

2008: Luca Rosseti/Matteo Chiarcossi, Ita (Peugeot)

2007: Sébastien Loeb/Daniel Elena, Fra/Mon (Citroen)

2006: Armindo Araújo/Miguel Ramalho, Por (Citroen)

2005: Daniel Carlsson/Mattias Andersson, Sue (Subaru)

2004: Armindo Araújo/Miguel Ramalho, Por (Citroen)

2003: Armindo Araújo/Miguel Ramalho, Por (Citroen)

2002: Dider Auriol/Thierry Barjou, Fra (Toyota)

2001: Tommy Makinen/Risto Mannisenmaki, Fin (Mitsubishi)

2000: Richard Burns/Robert Reid, Ing (Subaru)

1999: Colin McRae/Nicky Grist, Esc/Gal (Ford)

1998: Colin McRae/Nicky Grist, Esc/Gal (Subaru)

1997: Tommi Makinen/Seppo Harjanne, Fin (Mitsubishi)

1996: Rui Madeira/Nuno Rodrigues Silva, Por (Toyota)

1995: Carlos Sainz/Luis Moya, Esp (Subaru)

1994: Juha Kankkunen/Nicky Grist, Fin/Gal (Toyota)

1993: François Delecour/Daniel Grataloup, Fra (Ford)

1992: Juha Kankkunen/Juha Piironen, Fin (Lancia)

1991: Carlos Sainz/Luis Moya, Esp (Toyota)

1990: Massimo Biasion/Tiziano Severo, Ita (Lancia)

1989: Massimo Biasion/Tiziano Severo, Ita (Lancia)

1988: Massimo Biasion/C. Cassina, Ita (Lancia)

1987: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Lancia)

1986: Joaquim Moutinho/Edgar Fortes, Por (Renault)

1985: Timo Salonen/Seppo Harjanne, Fin (Peugeot)

1984: Hannu Mikkola/Arne Hertz, Fin/Sue (Audi)

1983: Hannu Mikkola/Arne Hertz, Fin/Sue (Audi)

1982: Michele Mouton/Fabrizia Pons, Fra/Ita (Audi)

1981: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Fiat)

1980: Walter Rohrl/Christian Geistdorfer, Ale (Fiat)

1979: Hannu Mikkola/Arne Hertz, Fin/Sue (Ford)

1978: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Fiat)

1977: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Fiat)

1976: Sandro Munari/Silvio Maiga, Ita (Lancia)

1975: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Lancia)

1974: Rafaelle Pinto/Arnaldo Bernacchini, Ita (Fiat)

1973: Jean Luc Therier/Jacques Jaupert, Fra (Renault)

1972: Achim Warmbold/John Davenport, Ale/Ing (BMW)

1971: Jean-Pierre Nicolas/Jean Todt, Fra (Renault)

1970: Simo Lampinen/John Davenport, Sue/Ing (Lancia)

1969: Francisco Romãozinho/João Canas Mendes 'Jocames', Por (Citroen)

1968: Tony Fall/Ron Crellin, Ing (Lancia)

1967: Carpinteiro Albino/Silva Ferreira, Por (Renault)

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt