Dubai lança pâniconas bolsas
As bolsas viveram ontem momentos de pânico. Na Europa, os principais índices caíram quase 3%, a maior descida em sete meses, reflectindo um trambolhão de 5% do sector financeiro. O caos foi desencadeado pela notícia de que o Dubai pediu para adiar o pagamento da sua dívida. Os investidores temem que o emirado entre em incumprimento, o que, a acontecer, seria o maior caso desde a Argentina, em 2001.
Em Lisboa, o PSI-20 perdeu 2,1%, com 12 empresas a caírem mais de 2% e cinco mais de 1%. E os bancos fizeram pior - o BES recuou 3,53%, o BCP afundou 3,03% e o BPI deu um tombo de 3,68%. "O cenário de dificuldades está a ressurgir", dizem os analistas, lembrando que os bancos europeus, como o HSBC, RBS, LLoyds, ING e Crédit Agricole, estão fortemente expostos ao Dubai, com perdas potenciais de 26,6 mil milhões de euros, de acordo com o Wall Street Journal.
Num dia negro para os mercados, destacou-se ainda o trambolhão de 4,34% da Mota-Engil. A construtora avisou que vai parar as obras do Douro Interior dentro de um mês e que vai processar o Estado, no mesmo dia em que o Tribunal de Contas recusou a atribuição de visto prévio ao contrato da concessão rodoviária Algarve Litoral, adjudicada ao consórcio da Edifer.