Duas exposições do fotógrafo brasileiro José Medeiros

Duas exposições com cerca de 190 fotografias captadas pelo fotógrafo brasileiro José Medeiros (1921-1990) vão abrir ao público hoje e amanhã em dois espaços culturais de Lisboa.
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A exposição "Crónicas brasileiras - Fotografias de José Medeiros" (1921-1990) vai abrir hoje na Fundação Portuguesa das Comunicações, e "O Rio é uma Festa" está a partir de amanhã no Espaço BES Arte & Finança.

As mostras, inseridas na programação cultural do evento Ano do Brasil em Portugal, ficarão patentes até 04 e 05 de abril, respetivamente, segundo a organização.

Os curadores são Sergio Burgi, coordenador do Departamento Fotográfico do Instituto Moreira Salles (IMC), no Brasil, detentor das fotos, e Elise Jasmin, historiadora francesa.

Cada exposição aborda um aspeto específico da obra de José Medeiros, nascido em 1921 em Teresina, Piauí, no nordeste do Brasil, e falecido em 1990, considerado um dos grandes nomes da fotografia brasileira.

Tornou-se célebre graças ao seu trabalho como fotojornalista na revista ilustrada "O Cruzeiro", de 1947 a 1961 e, depois, como diretor de fotografia do Cinema Novo brasileiro.

Nas mostras, o público poderá ver cerca de 190 fotografias - provas modernas de gelatina e prata realizadas a partir dos negativos originais do artista conservados no IMS - e quase 30 documentos, entre revistas "O Cruzeiro", entre outras publicações.

Em "Crónicas brasileiras" é mostrado o Brasil das origens, com fotografias de índios do Xingu, retiradas de uma reportagem de 1951 sobre uma cerimónia de iniciação ao candomblé -- um culto afro-brasileiro -, bem como imagens do nordeste e das terras do interior do país.

"O Rio é uma festa" é dedicada à celebração da cidade do Rio nos anos 1940 a 1950, mostrando paisagens urbanas, vida popular, dias na praia, momentos da vida social, desfiles de moda, cenas do carnaval e vida noturna.

Ao longo de toda carreira como fotojornalista, e em particular no período do pós-guerra, José Medeiros registou as camadas mais carentes e oprimidas de uma sociedade em transformação: pobres, negros, populações indígenas, trabalhadores, numa abordagem próxima daquelas pessoas.

A mostra foi organizada pelo IMS a partir do acervo fotográfico de José Medeiros, composto por mais de 16 mil negativos preservados por aquele instituto, num projeto desenvolvido desde 2011.

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