Doping: 5 acusados com base no passaporte biológico

A União Ciclista Internacional (UCI) avançou com as primeiras cinco acusações, uma delas a um antigo campeão do mundo, com base nos passaportes biológicos, apontada como arma antidopagem do futuro, que se baseia na elaboração de perfis sanguíneos individuais dos ciclistas e na detecção de desvios originados por doping.<br />
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“Após termos informado todas as partes envolvidas, a UCI anuncia que foram requeridos procedimentos disciplinares contra os seguintes ciclistas, por aparente violação das regras antidoping, com base na informação fornecida pelo perfil sanguíneo dos seus passaportes biológicos: Igor Astarloa Ascasibar, Pietro Caucchioli, Francesco De Bonis, Ruben Lobato Elvira, Ricardo Serrano Gonzalez”, anunciou o organismo federativo em comunicado.
 
“Não haverá suspensões provisórias. Serão as equipas a decidirem o que querem fazer”, disse na semana passada o presidente da UCI, Pat McQuaid, que na altura não divulgou nem número de envolvidos nem nomes dos suspeitos.
 
Três dos acusados são espanhóis – Astarloa, campeão mundial em 2003, Lobato Elvira e Serrano Gonzalez – e os outros dois são italianos – Caucchioli, terceiro na Volta à Itália de 2003, e Francesco De Bonis, o único que faz parte de uma equipa (Lampre) seleccionada para a Volta à França, que começa no próximo mês.
 
Para responder às adaptações que os atletas batoteiros fazem para ludibriarem os controlos, quando é implementada uma nova técnica para detectar doping sanguíneo (como o uso de eritropoietina em doses pequenas), e para despistar novas técnicas de doping indetectáveis nos métodos tradicionais (como o doping com o próprio sangue), a UCI e a Agência Mundial Antidopagem (AMA) avançaram com o projecto-piloto dos passaportes biológicos.
 
Os perfis individuais desses passaportes são elaborados a partir de seis controlos fora de competição realizados a cada ciclista. Alterações nos parâmetros desses perfis são analisadas por um painel de peritos independentes, que podem propor à UCI a abertura de processos disciplinares desde que haja sustentação científica para tal.
 
“A UCI está confiante de que a informação obtida desta nova abordagem, baseada na detecção indirecta de práticas de dopagem, irá reduzir grandemente no futuro as hipóteses do tipo de batota, por parte de qualquer atleta que decida desrespeitar as regras, que permaneça indetectável”, vincou o organismo federativo internacional.

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