Domingos Paciência: "Sou a mesma pessoa de sempre"

Afirmou-se como jogador no FC Porto, mas é como treinador do Sporting de Braga que tem feito história. Apesar da carreira de sucesso, diz quem o conhece que continua a ser um homem simples. Domingos partilhou com a <strong>Notícias TV</strong> alguns dos seus gostos e das suas rotinas. <br />
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Discrição é um dos princípios que regem a vida de Domingos Paciência. Era assim quando ainda jogava futebol e continua agora como treinador, não ostentando luxos nem manias de superioridade. "Ele mantém as rotinas de sempre. Porque haveria de mudar?", diz a mulher, Isabel Paciência, acrescentando à Notícias TV: "Não mudou nada na vida de Domingos a não ser o emprego." O próprio garante à nossa revista: "Sou a mesma pessoa de sempre."

Para Domingos, "as rotinas como treinador são semelhantes às de quando era  jogador, mas com mais tempo extra". O treinador vitorioso dos bracarenses revela-nos algumas: "Gosto de ser o primeiro a chegar e o último a sair do estádio, pois há sempre um ou outro jogador que chega mais tarde e algum que sai mais tarde e gosto de os acompanhar." E os dias de Domingos começam bem cedo: "Por norma, deito-me lá para a uma da manhã e levanto-me às sete e meia. Mal saio de casa, antes mesmo das oito, a caminho dos treinos, compro sempre os jornais desportivos na estação de serviço perto de casa", acrescenta o mister arsenalista. As viagens Porto-Braga-Porto são sempre feitas "sozinho" pela A3. "Numa fase inicial, os treinos são bidiários, mas normalmente é um por dia, sempre de manhã", sublinha ainda.

Nos dias em que tem de ficar até mais tarde na Cidade dos Arcebispos, o almoço acontece por lá, algumas vezes no restaurante D. Elvira. De resto, é em casa que faz as refeições. Segundo Isabel Paciência, o marido "é, como um bom nortenho, um bom garfo": "Ele gosta de comer bem e de fazer uma refeição de carne e outra de peixe." Mas entre os pratos preferidos contam-se as famosas "tripas à moda do Porto". O restaurante Júnior, propriedade dos amigos Júnior e Paula, e o da Teresa, ambos em Matosinhos, estão entre os locais eleitos no Grande Porto.

Nos tempos livres, Domingos gosta de "estar com a família e com os amigos." "Quando dá futebol também gosto de ver, e se forem jogos grandes não perco mesmo", adianta. Quando o tempo proporciona também gosta "de correr ou andar de bicicleta" com os filhos. A Avenida do Brasil, na Foz do Porto, é um dos locais onde costuma ser visto. Folgas é que começam a escassear na vida de Domingos, agora que a fasquia da responsabilidade aumentou após a entrada do Braga na fase de grupos da Liga dos Campeões. "A família compreende", garante.
Antes do jogo com o Arsenal para a Champions, Domingos prepara-se para defrontar o ex-clube, o FC Porto, no Dragão. E caso ganhe pode passar para a frente da Liga de futebol.
Para a mulher do técnico, Isabel Paciência, os reencontros com o Porto "são sempre um dilema". "Mas agora sou do Braga desde pequenina", diz quem apoia incondicionalmente o marido.

Estabilidade familiar

Este ano, Domingos completou vinte anos de casamento. Uma união sólida da qual resultaram três filhos: João, de 19 anos, Gonçalo, de 16, e Vasco, de 10 anos. O treinador mantém uma relação aberta com os rapazes, fazendo questão de estar presente nos momentos importantes. Nas suas ausências, a estabilidade familiar é sempre garantida por Isabel que, muitas vezes, se divide entre as responsabilidade de mãe e de mulher. Domingos reconhece-o e considera-a "muito importante" na sua carreira. "Acho que ela ainda sofre mais do que quando eu era jogador, apesar de já estar a viver a terceira geração de futebol", admite o treinador. A família vive no Porto, na Foz, em frente da Universidade Católica, no apartamento que até há pouco tempo estava arrendado a Jesualdo Ferreira. Domingos, Isabel e os descendentes mudaram-se para a Invicta depois do assalto e sequestro, amplamente noticiado, à moradia que tinham em Lavra, Matosinhos, em Janeiro de 2009. Primeiro ficaram numa casa da ex-mulher de Vítor Baía, Alexandra Almeida, mas depois mudaram-se para o duplex, após a saída de Jesualdo Ferreira, até à conclusão da nova morada num luxuoso condomínio da Boavista. Assim, como acontecia em Coimbra, Domingos mantém a base no Porto, deslocando-se todos os dias a Braga. "Só em Leiria é que ele ficava lá, mas vinha a casa sempre que podia ou eu ia lá", recorda a mulher.

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