Chamas consumiram pavilhão principal da fábrica de bicicletas Esmaltina
O incêndio na fábrica de bicicletas Esmaltina, em Sangalhos, concelho de Anadia, foi dado como dominado às 03:28, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro.
Apesar dos esforços de cerca de uma centena de operacionais, as chamas consumiram "o pavilhão principal" da fábrica, acrescentou a mesma fonte.
As imagens partilhadas nas redes sociais dão conta da intensidade das chamas.
O alerta foi dado às 23:19 de quarta-feira, de acordo com a informação disponibilizada no 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
A Esmaltina é uma das mais antigas empresas de bicicletas do país.
Fundada em 1970, possui um volume de faturação de cerca de 10 milhões de euros e emprega atualmente pouco mais de 50 pessoas. Produz cerca de 200 mil veículos por ano, sobretudo para o mercado ibérico.
"A Esmaltina já produziu mais de três milhões de bicicletas para os seus clientes na Europa, África e América do Sul", lê-se no 'site' da empresa.
O presidente da ABIMOTA (Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas), Gil Nadais, já reagiu ao incidente.
"Esta é uma fábrica histórica, emblemática no setor, será das mais antigas senão a mais antiga fábrica de bicicletas portuguesa. Tinha um papel significativo na produção de bicicletas sobretudo na área da exportação e também tinha uma forte componente de trabalho na área das bicicletas elétricas, portanto fica um sentimento de perda, mas esperemos e estamos convictos que será por pouco tempo", considerou.
De acordo com Gil Nadais, Anadia tem um forte polo de montagem de bicicletas, com grandes empresas, mas mais recentes do que a Esmaltina.
"A Esmaltina colocava-se mais na montagem de bicicletas embora tivesse algum fabrico. Fabricava algumas rodas por exemplo e um ou outro componente para as suas bicicletas. Abastecia-se sobretudo no mercado nacional, mas também recorria às importações", contou.
Segundo o presidente da ABIMOTA, as empresas do setor de duas rodas neste momento em Portugal são em número significativo.
"Se não fossem não poderiam fazer do setor o maior produtor de bicicletas da Europa", destacou, acrescentando que entre montagem e componentes, existem no país mais de 70 empresas.
Também a autarca de Anadia, Teresa Cardoso, lamentou o sucedido. "É uma grande perda, para os proprietários, para os trabalhadores e para o concelho. Pelo que conseguimos analisar do exterior, a fábrica está praticamente toda destruída: o que está em pé é basicamente a parte de escritórios", referiu.
Em declarações à Lusa, a autarca contou que já esteve com os proprietários da Esmaltina, que "estão em estado de choque e a tentar perceber a dimensão dos prejuízos".
"Não sabem o que possa ter causado o incêndio. O proprietário, ao chegar ao local durante a noite, pensou que o incêndio estava localizado num determinado ponto e quando se aperceberam já corria quase a nave principal", lamentou.