Documento "histórico" recebido com reservas por analistas
O texto do documento assinado esta terça-feira por Donald Trump e Kim Jung-un foi recebido com ceticismo por analistas da questão coreana.
A ausência de quaisquer referências aos mísseis ou a um calendário para a realização dos "esforços conjuntos" são dois dos aspetos na base das reticências expressas.
"É depressivo. É ainda mais fraco do que a maioria dos céticos antecipou", referiu Robert Kelly, professor de Ciência Política na universidade sul-coreana de Pusan.
Jeffrey Lewis, especialista no controlo de armamentos, exprimiu uma posição similar ao dizer que o acordo fica aquém do alcançado por outros documentos similares.
Chad O'Carroll, especialista em assuntos da Coreia do Norte na empresa Korea Risk Group, registou a ausência de referências à questão dos mísseis e interrogou-se sobre como tenciona Donald Trump dar "garantias de segurança" credíveis a Pyongyang para poder concretizar-se o processo de desnuclearização da península.
O mesmo analista, assinalando que a desnuclearização abrangerá toda a península e não apenas a Coreia do Norte, observou ainda que o documento coloca a concretização dos pontos acordados "nas mãos dos especialistas".
Apologético mostrou-se James Carafano, da conservadora Heritage Foundation e ex-membro da equipa de transição de Donald Trump, ao afirmar que os críticos se enganaram redondamente ao preverem o falhanço das negociações.
Carafano realçou a importância de "não haver compromisso" por parte dos EUA em fazer "máxima pressão" sobre a Coreia do Norte e a insistência num acordo em que a diplomacia possa funcionar.