A Doca da Marinha, em Lisboa, foi alvo de um plano de dinamização que ronda os 3,5 milhões de euros, esta terça-feira apresentado, e que pretende devolver o rio Tejo à população, tornando público o espaço outrora vedado..O grupo português Lean Man, de Bernardo Delgado, venceu o concurso lançado pela Associação de Turismo de Lisboa para explorar a concessão terrestre da Doca da Marinha nos próximos 15 anos, com o projeto de restauração a cargo do arquiteto Carrilho da Graça..Depois de o investimento público para nova estação Sul e Sueste, inaugurada em 2021, e todo o espaço envolvente, esta terça-feira foi apresentado o projeto de restauração que conta com os três quiosques já existentes na zona e o restaurante que irá abrir ao público em fevereiro.."Este é um barco muito grande que só chegará a bom porto se todos os parceiros estiverem a bordo, sendo que este encontro, bem como o lançamento do 'site' doca da marinha, são um pequeno passo nesse que é o nosso objetivo de agregar e de convidar todos a embarcar nesta viagem", explicou Bernardo Delgado..O empresário adiantou que o projeto pretende "estreitar os laços dos lisboetas e turistas com o rio" e está dividido em três áreas: restauração, eventos e área marítimo-turística..O espaço de restauração esta terça-feira apresentado irá ficar a cargo do 'chef' Miguel Rocha Vieira (duas estrelas Michelin), que já assumiu também 'as rédeas' dos três quiosques..Bernardo Delgado anunciou ainda a aposta naquela zona de cidade de uma programação regular, entre março e outubro, prevendo levar à Doca da Marinha variados mercados, desde a gastronomia, plantas, artesanato, concertos e 'DJ sets'.."Lembro-me, por ser um pouco 'estrangeirado', que a primeira sensação que tinha quando chegava a Lisboa era a falta de ligação da cidade ao Tejo, não sabia como era possível que acontecesse", afirmou, por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD)..Para o autarca, este é o primeiro projeto que está a ser lançado "que tem esta ligação direta entre o Tejo e as pessoas"..Por isso, Carlos Moedas aproveitou a ocasião para agradecer aos empresários "fazedores e empreendedores" que trazem inovação em diversas formas.."Inovação do arquiteto Carrilho da Graça, inovação que liga ao 'chef' Rocha Vieira e a defesa da obra de Julião Sarmento", artista plástico que morreu no ano passado e cuja última obra estará presente no espaço da restauração, salientou Carlos Moedas..O autarca lembrou ainda a importância da taxa turística para a cidade, com a cobrança de dois euros aos passageiros de cruzeiros à chegada a Lisboa, frisando que a contribuição permite a quem chega "ter uma cidade melhor, com mais inovação e mais obras"..Já o presidente-adjunto da Associação de Turismo de Lisboa, José Luis Arnaut, sublinhou que são momentos como o de esta terça-feira que "marcam o caminho das iniciativas que dão vida à cidade de Lisboa junto ao Tejo", tratando-se, no seu entender, de "momentos desafiantes".."O Tejo está a ser devolvido aos lisboetas, aos turistas e visitantes, é um ativo que nos diferencia e que nos pode valorizar", sublinhou..Na apresentação estiveram ainda presentes o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, vários representantes da Doca da Marinha, a empresa responsável pela exploração da zona, entre outros..A nova Doca da Marinha é parte integrante do ambicioso projeto de reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa, levado a cabo pela Associação de Turismo de Lisboa, que conta com a intervenção em espaços emblemáticos da cidade, tal como a Estação Sul Sueste, onde se concentram as principais empresas marítimo-turísticas de Lisboa.