Do passado ao futuro: a importância dos ensaios clínicos

Em 1947, realizou-se o primeiro ensaio clínico da história: a marinha britânica utilizou marinheiros como sujeitos de pesquisa para perceber a importância da vitamina C no combate ao escorbuto, uma doença que afetava em larga escala homens que se encontravam no mar.

Atualmente, apesar de ainda se demorar entre cinco e 10 anos a aprovar um novo medicamento, os ensaios clínicos são uma porta aberta para a inovação e essenciais para que esta chegue ao país.

No Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, celebrado a 20 de maio, reforça-se a sua importância para os doentes, lembrando que, uma vez que a esperança média de vida aumentou, é crucial que se estudem novas enfermidades, em parte associadas ao envelhecimento e aos seus fatores externos.

A realização de ensaios clínicos é fundamental para o processo de introdução de novos fármacos no mercado, pois só assim se consegue comprovar a sua eficácia e segurança. Além disso, este processo traz vários benefícios: por um lado, os doentes que neles participam têm acesso antecipado aos novos medicamentos, por outro, colocam Portugal no caminho da investigação clínica.

De acordo com o relatório "Ensaios clínicos em Portugal", desenvolvido pela PWC e pela Apifarma, 55% dos ensaios desenvolvidos no país são de fase 3 - de demonstração e confirmação - e 7% são iniciativas do investigador. Estes últimos existem num contexto mais competitivo e, por isso, permitem captar mais atenção.

Apesar de estarmos abaixo da média europeia, Portugal tem dado importantes passos em matéria de ensaios clínicos. Neste momento, estão em curso 16 ensaios nas áreas de oncologia, respiratória e imunologia o que representa um investimento anual próximo de um milhão de euros.

Um dos objetivos do país é aumentar esta atividade, estando atualmente em curso um trabalho próximo com uma equipa global de ensaios clínicos para colocar Portugal no mapa.

Os autores do artigo não recebem qualquer honorário para colaborar nesta iniciativa.

Esta iniciativa é apoiada pela GSK, sendo os artigos integrados no projeto Ciência e Inovação da responsabilidade dos/as seus/suas autores/as.