Do Mali à Argentina em quatro dias de concertos

Começa na quarta-feira a 12.ª edição do mais antigo evento de 'world music' nacional.
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Se a world music é hoje um conceito (chamemos-lhe assim) que leva o nome realmente à letra, então o festival Músicas do Mundo, que decorre em Sines entre quarta-feira e sábado, dia 31, (e se divide entre o Castelo de Sines e um palco montado na Avenida Vasco da Gama), tem a distinção de ser um dos mais antigos certames dedicados ao género em Portugal.

Isto significa que, longe de ser um festival internacional (sem desprimor para a sua eventual relevância), o Músicas do Mundo é um evento que desde 1999 reúne senão todos os tipos de música pelo menos um cartaz sem qualquer tipo de distinção geográfica. Faz sentido, já que a organização descreve a orientação do cartaz como um "atlas universal".

Este ano, para além dos Tinariwen, banda de músicos tuaregues que junta influências da música da África Ocidental e do deserto do Sara aos blues e ao rock (e que esteve em Portugal pela última vez no Arrábida World Music, em 2009), o Músicas do Mundo traz para o mesmo palco a leitura pessoal que as Las Rubias del Norte (em estreia europeia) fazem da música sul-americana (com uma visão clássica da rumba e do tango) e a fusão (ostensivamente mais moderna) entre o hip hop, a electrónica e o jazz que Céu (que actuou em Junho na Casa da Música do Porto) faz com a música popular brasileira.

Para além do programa principal do cartaz, decorrem já as iniciativas paralelas "A Secreta Vida das Palavras", exposição centrada no poeta Al Berto (até 25 de Setembro); a Feira do Livro e do Disco (cuja primeira fase termina amanhã), que tem um programa de eventos musicais; um ciclo de cinema (até dia 31); e a peça O Pincel Mágico, no dia 31, junto ao Laboratório de Ciências do Mar.

Hoje ainda começa (pelas 11.00) um programa de ateliers dirigido aos mais novos, conduzido, hoje e amanhã, pelo grupo timorense Galaxy, sendo que, pelas 18.00, decorrerá na Esplanada da Casa Preta um encontro com o escritor Mário de Carvalho, que apresentará o seu último livro, intitulado a Arte de Morrer longe.

Todas as iniciativas paralelas referidas (menos o teatro) decorrem no Centro de Artes de Sines.

Juntando a literatura, as artes visuais e a música da mesma forma que mistura a música dos desertos com a música da Jamaica, o Músicas do Mundo, se se prestasse a tais pretensiosismos, poderia ser considerado o festival mais pós- -moderno do País. Os bilhetes de um só dia custam 12,5 euros, com os passes de quatro dias a 40 euros. O campismo, tal como as iniciativas paralelas, é gratuito.

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