"DN Tesouro Nacional" recorda país com um dos mais antigos títulos portugueses

A primeira edição original do Diário de Notícias (DN), saída em 1864, vai estar patente na exposição "DN Tesouro Nacional", a partir do próximo dia 17, no Museu de Marinha, em Lisboa.

"Nesta exposição, além dos objetos que acompanham determinadas notícias, destacam-se as inigualáveis obras de arte como a pintura de Pinto Coelho, com o retrato de José Saramago, diretor adjunto do DN em 1975, e mais tarde colunista do jornal. Pinturas de Maluda, Bordalo Pinheiro, Júlio Pomar ou Stuart Carvalhais que fazem parte do espólio do Diário de Notícias", lê-se no comunicado da empresa Global Media Group, que detém o matutino, fundado em 1864 pelo jornalista e escritor Eduardo Coelho e o industrial tipográfico Tomás Quintino Antunes.

Além da primeira edição original do DN, a mostra inclui a secção "A Marinha vista pelo DN", com "notícias, fotografias e artigos sobre o Museu de Marinha", entre outras, como uma reservada a notícias sobre a rainha Isabel II de Inglaterra, nomeadamente com as reportagens das duas visitas que fez a Portugal, em 1957 e em 1985.

Há ainda uma secção dedicada ao desporto, "com um espaço sobre o futebol" em que se destaca a vitória de Portugal no Campeonato Europeu, em 2016, as vitórias do Benfica, em 1961, e do F.C. do Porto, em 1987, na Liga dos Campeões, bem como a do Sporting na Taça dos Vencedores das Taças, em 1964.

Noutras modalidades, como o ciclismo, vai estar patente a bicicleta de Joaquim Agostinho, que venceu cinco vezes consecutivas a Volta a Portugal, e que foi cedida pelo Museu do Ciclismo Joaquim Agostinho, em Torres Vedras.

A exposição tem curadoria da jornalista Helena Ferro Gouveia, analista de assuntos internacionais, do Global Media Group.

Esta mostra, explica o Global Media Group, "pretende devolver o espólio do Diário de Notícias à sociedade" e vai estar patente até 28 de fevereiro próximo.

O arquivo do DN foi classificado como "tesouro nacional", em julho último pelo Conselho de Ministros.

O decreto aprovado classifica o arquivo do DN, abrangendo um arco temporal de 1864 a 2003, como "bem arquivístico de interesse nacional", designação que é equiparada a tesouro nacional.

De acordo com o decreto, a classificação abrange "bens arquivísticos e fotográficos custodiados, atualmente, pela empresa Global Média Group", designadamente o arquivo administrativo e o "o arquivo da redação", como "dossiers temáticos, recortes de imprensa, recortes de censura, desenhos originais de inúmeras individualidades".

O Diário de Notícias é referenciado como o jornal diário nacional mais antigo em atividade, que já atravessou três séculos de história. O DN noticiou a queda da monarquia em Portugal e a proclamação da República, em 1910, a participação portuguesa na I Grande Guerra Mundial (1914-1918), o golpe de Estado de 1926, a nova Constituição, em 1933, que instaurou o Estado Novo, a revolução de 25 de abril de 1974, a adesão de Portugal às Comunidades Europeia, em 1985, entre outyroas acontecimentos que têm marcado a vida nacional.