Divididos sobre Teresa Heinz Kerry
Entre as comunidades luso-americanas da área metropolitana de Newark, os eleitores sem filiação partidária constituem um grupo quase tão importante como os democratas. Entre os 12 994 eleitores luso-americanos identificados nos cadernos eleitorais de Newark, Elizabeth, Kearny e Harrison, 6064 estão registados como democratas, 846 como republicanos e 5974 sem declaração partidária.
Para os republicanos luso-americanos, nem o factor Teresa Ferreira Heinz Kerry faz mudar o fiel da balança. «O facto de Teresa Heinz-Kerry ser a mulher do candidato democrata não altera de modo algum a minha intenção de votar contra ele», afirma a republicana Irene Almeida. Para a democrata Beatriz Santos, contudo, a eventualidade de o voto democrata colocar uma primeira-dama de origem portuguesa na Casa Branca é mais um incentivo. «Votaria sempre por John Kerry, um candidato que sabe o que diz, um candidato que fala claro, mas a Teresa Heinz Kerry sempre é uma pessoa que fala a nossa língua e é mais um motivo para votar pelo seu marido», disse Beatriz Santos. Não é que pelos republicanos luso-americanos não perpasse o mesmo sentimento. O problema é que, neste abrasador clima eleitoral, trocar Bush por Teresa Kerry é mais do que politicamente incorrecto. É uma deserção da frente da batalha.