Dívidas do Estado põem em risco salários na Conforlimpa

O grupo, que tem no Estado 75% da facturação, parou a prestação de serviços a 22 repartições para alertar para a situação de desespero.
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A dívida de 3,6 milhões de euros levou o grupo Conforlimpa a suspender a actividade, entre segunda e terça-feira, em 22 serviços do Estado - de saúde e na Escola Prática de Polícia -, como "alerta" para a situação de "desespero".

"As denúncias foram feitas pelas nossas trabalhadoras, devido à falta de pagamento dos seus salários nestas instituições", explicou ao DN o presidente da empresa que emprega cerca de 10 mil trabalhadores.

O responsável desta empresa em que o Estado pesa 75% da sua facturação frisa que, apesar de todos os apelos, os mesmos "não foram atendidos, evocando-se sempre a aprovação do Orçamento do Estado" para este ano.

Os 22 serviços onde foram suspensas as limpezas correspondem a dois milhões de euros em dívida, havendo mais 1,3 milhões de euros já vencidos e mais 350 mil euros "por resolver", explica.

Referindo que em dívida está "uma câmara municipal, desde Janeiro de 2010", não revelando qual, e "outras instituições, desde Outubro de 2010 e Janeiro de 2011", o presidente da Conforlimpa lamenta a situação e destaca o esforço feito. "Os salários dos trabalhadores administrativos não estão pagos nem os dos directores. Mesmo assim, foi feito um esforço, com o conhecimento de todos os trabalhadores sem pagamento, para que se pudesse pagar o IVA". Mas, continua o mesmo responsável, "estão também em causa fornecimentos de produtos por parte de fornecedores que têm facturas vencidas e que, com algum esforço e devido ao reconhecimento e cumprimento por parte deste grupo das suas obrigações", compreendem a situação.

A Lusa contactou os ministérios das Finanças e da Saúde e a Direcção Nacional da PSP, tendo apenas o porta-voz desta dito que "os constrangimentos não decorrem de insuficiências económicas, porque estão materializadas (no orçamento da instituição), mas de questões administrativas que não conseguimos ultrapassar. Não está nas mãos da PSP resolver o problema", disse o comissário Paulo Flor.

Questionado como vê o futuro, uma vez que é inevitável que o Estado corte nos pagamentos a fornecedores, Armando Cardoso responde: "Estamos envolvidos no processo e nunca deixámos de estar presentes nos concursos públicos por causa da envolvência menos positiva em que a situação económica e financeira do Estado se encontra."

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