Dispararam as pesquisas sobre inteligência artificial em Portugal

O interesse dos portugueses pela inteligência artificial (IA) disparou e isso reflete-se nas pesquisas que fazem na internet. Segundo os dados divulgados esta segunda-feira pela Google, o motor de busca mais utilizado no planeta, o assunto atingiu o recorde em 2022 em Portugal e no resto do mundo, e continuou no topo em fevereiro, após quatro meses consecutivos de crescimento.

De acordo com informações fornecidas em primeira mão ao DN, nos dois primeiros meses do ano as buscas por "inteligência artificial" em Portugal triplicaram (aumentaram 220%) em comparação com o mesmo período de 2022.

Os termos mais procurados foram:
- o que define inteligência artificial (+5.000%);
- o que significa câmara com inteligência artificial (+5.000%);
- o que faz uma inteligência artificial (+102%);
- o que é machine learning (+40%)

Na contabilização do último ano (de março de 2022 a fevereiro de 2023) também houve um grande interesse dos portugueses em encontrar respostas para preocupações sobre a proteção da sua privacidade e segurança online, bem como saber onde aprender novas competências digitais e evoluir na carreira profissional. Também saber como ser mais sustentável esteve entre os assuntos mais pesquisados.

As buscas por "segurança informática" foram o principal termo relacionado com segurança pesquisado em todo o mundo, e Portugal não escapou à regra, segundo a Google.. Também a palavra "cibercrime" apresentou níveis recorde nas procuras realizadas. Ou seja, "as pesquisas por segurança na Internet mais do que duplicaram em Portugal (+130%), enquanto que o interesse de pesquisa por ciberataques aumentou 400% - ambos recordes máximos", lê-se no comunicado da Google enviado ao DN.

"As perguntas mais pesquisadas sobre cibersegurança incluíram 'como prevenir o phishing' (+310%), 'como prevenir um ciberataque' (+140%) e 'como prevenir o cibercrime' (+60%)."

As pesquisas por "gerador de palavra-passe aleatória" duplicaram (+100%), "força da palavra-passe" subiram 80% e "palavra-passe única" cresceram 30%, valores que são, segundo a Google, "recorde em Portugal em 2022", o que reflete a preocupação crescente dos utilizadores nacionais com a segurança informática.

Também a procura por "gestor de palavras-passe" - ferramenta que facilita o uso de uma palavra passe forte e exclusiva para todas as contas online - "atingiu um novo recorde (+80%)", lê-se a nota da Google..

Com a crise da inflação, as pessoas também recorreram ao motor de busca para tentarem aumentar a sua literacia financeira e desenvolver as carreiras profissionais.

"As tendências de pesquisa por 'inflação' atingiram um máximo histórico em todo o mundo e quase triplicaram (+180%) em Portugal", escreve a Google.

"O que é a inflação?" ou "Por que os preços do gás aumentaram?" ou até "Por que o preço da eletricidade aumentou em Portugal?" foram as três perguntas, nesta área, mais "feitas ao Google".

"Dinheiro" e "energia" foram os dois dos tópicos mais investigados em Portugal em 2022, com as pesquisas por "plano de poupança de energia", "teletrabalho para poupar energia" e "medidas governamentais de poupança de energia" a aumentarem mais de 5.000%, afirma ainda a Google.

Também as pesquisas por "programador de software" duplicaram, enquanto as buscas por "aprender a programar do zero" (+470%) e "cursos de programação" (+80%) aumentaram.

"Os utilizadores também recorreram ao Google para se prepararem para entrevistas de emprego e para encontrarem novas oportunidades, com o interesse de pesquisa pelo tópico 'emprego em part time' a aumentar 30%. Portugal foi um dos dez primeiros países do mundo - e um dos três primeiros na Europa - onde mais procura por empregos em part time." houve, lê-se na nota da empresa.

O comunicado acrescenta ainda: "A própria Google continua a oferecer formação e aconselhamento, tendo proporcionado formação em competências digitais a mais de 100 mil pessoas em Portugal com o programa Grow with Google."

As tendências divulgadas neste dia também mostram que os portugueses valorizam o ambiente e a sustentabilidade. Tal como acontece um pouco por todo o mundo, as pesquisas "alterações climáticas", "crise climática" e "sustentabilidade" atingiram recordes por cá - ao que se somaram ainda buscas por "aquecimento global", "mitigação climática" e "banho verde", que apresentam valores de pesquisa "históricos", segundo a empresa.

Os desastres ambientais estiveram igualmente no foco dos internautas nacionais, incluindo "seca", "inundação" e "deslizamentos de terras".

"A inteligência artificial é uma das tecnologias mais complexas que a Google está a trabalhar atualmente. Pode transformar de maneira significativa e positiva a sociedade, seja ao ajudar os médicos na deteção de doenças precocemente, ou abordar temas importantes como as alterações climáticas. É uma ferramenta que contribui para ampliar o potencial das pessoas e também das empresas", afirma a empresa do motor de busca que, atualmente, representa mais de 95% de todas as pesquisas realizadas online no mundo.

No entanto, este tipo de nova tecnologia levanta igualmente novos desafios, nomeadamente a nível de segurança e de utilização responsável. "A Google está a utilizar a IA para enfrentar os desafios de segurança - inclusive no Gmail, que bloqueia automaticamente mais de 99,9% de malware, phishing e spam e protege mais de 1,5 mil milhões de caixas de entrada" usando este tipo de ferramentas, afirma a empresa norte-americana.

Também outros serviços Google têm, nos últimos anos, incorporado IA nos seus vários produtos, incluindo a forma de traçar trajetos ecológicos em Portugal no Google Maps.

"Estima-se que essa ferramenta já tenha ajudado a remover mais de meio milhão de toneladas métricas de emissões de carbono - o equivalente a remover 100.000 carros movidos a combustível das estradas", garante a empresa.

A Google também fez alterações nas ferramentas Hotel, Flight e Shopping de forma a ajudar os utilizadores a saberem quais as opções mais sustentáveis.