A obra, que integra ainda textos de Mário Soares, José Saramago, Graça Machel e Mia Couto, foi apresentada ao final da tarde, numa cerimónia com a presença do presidente da Assistência Médica Internacional, Fernando Nobre..O reitor da Universidade de Évora (UE), Jorge Araújo, salientou à agência Lusa a pertinência de juntar "os principais discursos" de Martin Luther King, prémio Nobel da Paz em 1964, e de Barack Obama, o novo presidente dos Estados Unidos da América (EUA).."A eleição de Obama acontece numa altura em que passam 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e 40 anos sobre o assassinato de Martin Luther King e a Universidade de Évora, que sempre se pautou pelos princípios do humanismo, quis assinalar essas efemérides", disse..Segundo Jorge Araújo, o facto dos EUA terem, agora, o seu primeiro presidente negro é "histórico", representando Barack Obama uma "lufada de ar fresco na política internacional"..Já o presidente da AMI, Fernando Nobre, argumentou que as duas figuras retratadas no livro "merecem respeito" relativamente à apologia dos "valores humanistas", uma delas, Martin Luther King, já com "provas firmadas e parte da História", e a outra, Barack Obama, que "representa esperança e desanuviamento".."Martin Luther King foi um humanista, defensor da não-violência e integração racial, conseguindo fazer uma revolução nos EUA, de forma pacífica, mas com resultados espantosos porque, passados 40 anos da sua morte, eis que um norte-americano de cor é hoje presidente", destacou..Quanto a Obama, que vem pôr fim a "um período negro da história da humanidade", respeitante aos "últimos oito anos, da presidência de Bush", segundo Fernando Nobre, pode "marcar a diferença pela positiva nas questões sociais, ambientais, de direitos humanos e de contacto com as outras estruturas do mundo"..Além dos discursos das duas figuras norte-americanas, livro conta com ilustrações de João Cutileiro e fotografias cedidas pela Agência Magnum..Mário Soares, José Samarago e Graça Machel são doutores "honoris causa" pela Universidade de Évora, tendo o escritor Mia Couto sido também já galardoado pela academia com o Prémio Vergílio Ferreira.